Itália e Argentina, campeãs de futebol da Europa e da América do Sul, respetivamente, vão disputar a primeira ‘finalíssima’ intercontinental esta quarta-feira, 01 de junho em Londres, no Estádio de Wembley.

A Finalíssima é um duelo a um só jogo, disputado ao longo de 90 minutos. Não há prolongamento, por isso se houver empate após o tempo regulamentar, o vencedor será decidido nos penáltis.

A Itália garantiu a presença graças ao segundo título europeu conquistado no Verão passado, quando derrotou a Inglaterra nos penáltis na final de Wembley.

A Argentina, onde o benfiquista Otamendi deverá ser titular, terminou uma espera de 28 anos por um troféu ao vencer a Copa América de 2021, vencendo o Brasil por 1-0 e igualado o máximo de 15 conquistas na competição.

Este será o primeiro de três embates acordados pela UEFA e CONMEBOL, organismos que regem o futebol nos respetivos continentes, a realizar sempre depois de se disputar a sua maior competição de seleções, de quatro em quatro anos. O acordo de cooperação entre as entidades, anunciado pela primeira vez em 2019, foi estendido até 2028.

Este é mais um passo na aproximação entre os dois organismos, unidos contra as pretensões da FIFA de organizar o campeonato do Mundo a cada dois anos, em vez dos atuais quatro.

Vinte e nove anos após a última edição, o relançamento deste jogo é fruto da parceria de longa data entre a UEFA e a CONMEBOL, e servirá de catalisador para o desenvolvimento global do futebol – unindo países, continentes e culturas. UEFA e CONMEBOL abriram, juntos, no início do ano, um escritório em Londres, cidade onde vai decorrer o desafio.

Finalíssima CONMEBOL-UEFA
Finalíssima CONMEBOL-UEFA créditos: UEFA

O jogo faz parte da expansão da cooperação entre a UEFA e a CONMEBOL, que inclui principalmente futebol feminino, futsal e futebol jovem, troca de árbitros, bem como esquemas técnicos de treino.

Como explicou o Presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, em dezembro: "Estamos ansiosos por explorar novas oportunidades juntos e aguardamos ansiosamente a Finalíssima em Londres em Junho de 2022."

O que está em jogo? o troféu da Finalíssima CONMEBOL-UEFA

O troféu foi alvo de algumas significativas alterações desde que foi introduzido pela primeira vez há quase 40 anos, mas mantém o seu toque original.

Com um peso de cerca de 8,5kg e 45cm de altura, o troféu é feito de latão e revestido a prata. A forma e o design são os mesmos de quando foi originalmente concebido antes da primeira edição em 1985, quando a França derrotou o Uruguai em Paris.

O troféu tem uma nova base, incluindo um acabamento niquelado cinza escuro, que ajuda a modernizar um troféu clássico sem alterar o seu toque original. O design do renovado troféu é da autoria de Valentina Losa.

Troféu Finalíssima CONMEBOL-UEFA
Troféu Finalíssima CONMEBOL-UEFA créditos: UEFA

O que dizem os treinadores

Roberto Mancini, seleccionador da Itália: "Devíamos ter garantido o apuramento para o Campeonato do Mundo, mas alguns detalhes não nos correram de feição. Temos uma equipa jovem e os adeptos estão connosco. Há um ano vencemos merecidamente o UEFA EURO 2020. Estamos no grupo mais complicado da UEFA Nations League. Ainda preciso de escolher os jogadores para Wembley: o Di Lorenzo poderá ser titular, o mesmo acontecendo com o Spinazzola."

Lionel Scaloni, seleccionador da Argentina: "É sempre bom jogar contra um adversário forte. Os jogadores argentinos, os que representam a selecção, jogam por amor à camisola e à sua família e amigos. Sempre foi assim e agora é ainda mais".

Esta será a terceira vez que o detentor do Europeu de futebol defronta o seu homólogo sul-americano num jogo organizado pela UEFA e CONMEBOL. Em 1985, a França derrotou o Uruguai por 2-0 em Paris e, oito anos depois, a Argentina venceu em casa a Dinamarca no desempate por penáltis, em Mar del Plata.

Se o jogo for para as grandes penalidades, as duas seleções contam com dois especialistas nas respetivas balizas. A Argentina venceu a meia-final da Copa América de 2021 frente à Colômbia nos penáltis, com Emiliano Martínez a defender três remates. Já a Itália tornou-se na primeira selecção a ultrapassar duas eliminatórias no Campeonato da Europa da UEFA com recurso a penáltis, eliminando Espanha e Inglaterra nas meias-finais e final do EURO 2020, respectivamente.

No histórico de confrontos, a balança cai para o lado dos sul-americanos. A Argentina venceu os seus últimos quatro confrontos com a Itália. Os três mais recentes foram amigáveis e no primeiro da sequência venceu por 4-3, após penáltis, nas meias-finais do Campeonato do Mundo de 1990. A selecção Albiceleste não perde frente aos Azzurri desde 1987.

A Finalíssima entre Argentina e Itália está marcada para às 19h45 desta quarta-feira, no Estádio de Wembley, em Londres. O estádio de Wembley foi mesmo o palco da final do Campeonato da Europa que a Itália venceu, ante a anfitriã Inglaterra, no desempate por penáltis, depois do empate 1-1.

Equipas prováveis

Itália: Donnarumma; Di Lorenzo, Bonucci, Chiellini, Emerson; Barella, Jorginho, Verratti; Bernardeschi, Scamacca, Insigne.

Argentina: Emiliano Martínez; Foyth, Romero, Otamendi, Acuña; Rodrigo De Paul, Rodríguez, Lo Celso; Messi, Lautarno Martínez, Di María.