Kylian Mbappé está a passar por um período estranho na sua carreira, na qual os golos não surgem com tanta frequência no seu novo clube, Real Madrid. Isto fez com que não fosse convocado para a seleção de França nas duas últimas oportunidades e o selecionador, Didier Deschamps, voltou a defendê-lo.

"Ele está a atravessar um período complicado, mais difícil, mas tem tudo o que precisa para fazer o que já fez. Isso não retira o que ele fez, deve redescobrir tudo o que foi capaz de fazer muito bem, mesmo que tenha sido menos eficaz em 2024", explicou, em declarações ao programa Téléfoot.

O seu posicionamento, mais na frente do ataque, tem levantado muitas críticas, mas para Deschamps é tudo uma questão de equilíbrios na equipa.

"Ele pode jogar em várias posições, depois é uma questão de combinações. Podem dizer que sou louco por o colocar na posição de avançado-centro, mas ele também jogou aí com os seus dois últimos treinadores. É claro que não tem o perfil de Giroud, por isso tudo depende da equipa contra a qual se joga. Quando está no centro do terreno, prefere a esquerda à direita, embora o tenha visto no Real Madrid a jogar mais à direita. É uma questão de equilíbrio".

A fechar, o selecionador de França abordou a questão da saúde mental, numa era em que os jogadores têm de ter muito cuidado com as palavras e ações públicas, uma vez que estão constantemente a ser escrutinados.

"O ambiente é diferente porque atualmente há exposição à mais pequena palavra, nas redes sociais e depois na cadeia de acontecimentos. Falei com alguns dos meus jogadores e depois de uma competição como o Europeu, com apenas três semanas, é difícil voltar a colocar as exigências sobre nós. As exigências são cada vez maiores. Cada vez que temos de o fazer, fazemo-lo e depois, por vezes, não respondemos ou respondemos menos bem e pode haver um estado psicológico.... Não sei se é depressão, mas é um estado psicológico frágil. É a cabeça que controla as pernas", concluiu.