O Benfica tem de vencer na quarta-feira no reduto das francesas do Lyon, invictas nos 30 jogos de 2023/24, para atingir as meias-finais da Liga dos Campeões feminina de futebol, tarefa que se assemelha a uma ‘missão impossível’.

As comandadas de Filipa Patão ‘agigantaram-se’ na primeira mão, na Luz, com 60 minutos de grande nível, incluindo uma primeira parte em que até se superiorizaram, mais do que só no resultado, chegando ao intervalo a vencer por 1-0.

O histórico golo de Andreia Faria, em pleno Estádio da Luz, aos 43 minutos, terá feito sonhar os mais desprevenidos, mas a equipa ‘arrebentou’ fisicamente na última meia hora e o Lyon deu a volta ao resultado, vencendo por 2-1, com tentos de Delphine Cascarino, aos 63, e da alemã Sara Däbritz, aos 79.

Desta forma, as oito vezes campeãs da Europa – mais do que qualquer outra equipa – confirmaram o favoritismo e partem para a segunda mão em vantagem, rumo a uma 13.ª presença nas meias-finais da prova, desde 2007/08.

Às gaulesas, uma das principais candidatas a vencer a competição - só ‘perdendo’ neste particular para o campeão em título FC Barcelona -, até os piores resultados da época servem, as quatro igualdades, três delas em casa.

O Lyon empatou na receção ao Slavia Praga (2-2), já com os ‘quartos’ da ‘Champions’ assegurados e, internamente, perante o Paris Saint-Germain (1-1), nos únicos pontos perdidos na Ligue 1, e o Fleury 91 (0-0 após prolongamento e 4-5 nos penáltis), num embate que custou a eliminação nos ‘quartos’ da Taça de França.

Estes empates, mais o único fora, no reduto das norueguesas do Brann (2-2), foram, porém, exceções, já que o Lyon venceu 86,7% dos jogos (26 de 30) de 2023/34, o último no sábado, por 7-0, em Lille, com ‘hat-trick’ de Amel Majri e muitas poupanças.

Desta forma, o Benfica não tem sequer ‘permissão’ para sonhar com o apuramento, mas pode acreditar, até pelo que fez na primeira hora do jogo da Luz, que pode dar luta, manter a sua identidade e sair de Lyon com um resultado honroso.

Em 2021/22, época do último título europeu das gaulesas, depois de 2010/11, 2011/12, 2015/16, 2016/17, 2017/18, 2018/19 e 2019/20, a equipa já de Sonia Bonpastor goleou por 5-0, mas também venceu pelo mesmo resultado no Seixal, na fase de grupos.

Na presente temporada, o Benfica também já perdeu por 5-0, no reduto do FC Barcelona, logo a abrir a fase de grupos, para, depois, empatar a quatro com as catalãs no Seixal, mostrando um crescimento que terá de voltar a exibir em França.

Entre os dois jogos com as gaulesas, as ‘encarnadas’ sofreram, mas bateram em casa o Sporting de Braga por 4-1, com ‘bis’ de Kika Nazareth e tentos de Andreia Faria e Alidou, três dos quais no último quarto de hora.

Como face às gaulesas, a avançada Jéssica Silva, já campeã da Europa pelo Lyon, não entrou nas convocadas, por opção de Filipa Patão, podendo, ou não, regressar em França, onde não estará, com toda a certeza, Nycole Raysla, que se lesionou na Luz.

Quanto às outras eliminatórias, e como o Lyon, também FC Barcelona (2-1 ao Brann), Chelsea (3-0 ao Ajax) e Paris Sain-Germain (2-1 ao Häcken) – que pode promover duelo 100% gaulês nas ‘meias’ – confirmaram o favoritismo, vencendo fora, pelo que devem assegurar o apuramento nos jogos em casa.

O encontro entre o Lyon e o Benfica, da segunda mão dos ‘quartos’ da Liga dos Campeões feminina, está marcado para terça-feira, pelas 18:45 locais (17:45 em Lisboa), no Parc Olympique Lyonnais.