Bruno Fernandes anteviu o último dos três testes de preparação para o Campeonato da Europa, na Alemanha. A seleção nacional vai defrontar a Irlanda, na terça-feira, no Estádio Municipal de Aveiro, às 19h45.

Derrota frente à Croácia: "Foi a segunda derrota. Nada muda daquilo que esperamos no Europeu. Obviamente que nunca queremos perder. Representado Portugal, não olhamos a nomes nem a caras, porque sabemos que estamos ao nível dos melhores. Estamos a falar de uma seleção muito bem preparada e experiente: finalista em 2018 e com a meia-final no Qatar. É uma seleção que causa muitas dificuldades porque têm muitas qualidades. Sofremos um golo de penálti e outro num lançamento em que não percebemos o perigo. Sabíamos que havia aspetos a melhorar.

Não quero que pensem que viemos para este Europeu a achar que estava tudo feito e não havia nada a melhorar. Há sempre aspetos a melhorar. Para ser honesto, eu gosto um bocadinho deste negativismo à volta da seleção, que não é tão boa. É sinal que as pessoas esperam muito de nós e querem  mais da seleção. Temos qualidade para fazer mais e melhor. Temos qualidade para isso. Temos amanhã uma oportunidade para mostrarmos que somos uma boa seleção e que estamos preparados para o Europeu".

Discurso de Rúben Dias após a derrota: "A Islândia bateu a Inglaterra. Eu compreendo o que possa parecer de fora. A Inglaterra é apontada por muitos como a principal candidata ao Europeu e teve agora uma derrota contra a Islândia. Eu, estando lá, vi o negativismo à volta da seleção, que é, aos olhos de muita gente, a seleção mais forte deste Europeu. O nosso grupo não era fácil, nós é que tornámos as coisas fáceis. A Croácia, a nível de individualidades, foi a seleção mais forte que defrontámos desde que Roberto Martínez chegou. O Rúben disse as palavras acertadas, mas ao mesmo tempo muitos de nós tínhamos a noção que havia aspetos a melhorar. Fizemos uma qualificação excelente, mas sabemos e temos a capacidade de leitura e de reagir às adversidades. É isso que temos de fazer amanhã".

Portugal teve adversários demasiado fáceis? "Não sei se o míster tem mão nas escolhas das equipas... mas acredito sim. A Finlândia provavelmente por ter um bloco mais baixo e ser mais difícil entrar nas linhas dele, a Croácia para nos fazer entender que jogam muito bem com bola e com o extremos a vir para dentro e a criar superioridade no meio, e agora vamos defrontar uma seleção que fisicamente é muito forte. São aspetos que todas as seleções podem ter. Não há melhor preparação do que nos preparamos para todas estas possibilidades. Com bola, não há tantas seleções a jogarem tão bem como a Croácia. Acho que poderíamos ter aproveitado melhor a fase de transição".

Elogios aos jovens jogadores "Acho que depois da minha carreira, se algum clube me quiser como olheiro [risos]. São jovens com muita qualidade. Poderia dizer o que quisesse deles, mas o mérito está todo neles. Temos uma mistura de juventude com irreverência que nos pode ajudar bastante. Temos um misto de qualidades nesta seleção que nos pode ajudar em diferentes momentos. Que todos estejam no melhor nível para elevar o nome de Portugal ao máximo".

Mensagem para os portugueses: "O povo português é um povo apaixonado pelo que faz. Eu revejo-me muito naquilo que é o povo português. Ao mesmo tempo, temos uma garra e uma paixão enorme para nas adversidades voltarmos a ser o que queremos e dar uma resposta muito forte. Não acho que o que aconteceu contra a Croácia é algo de extraordinário, mas queremos ganhar todos os jogos. Temos mais um jogo pela frente e sabemos que ganhar dá outra motivação, outra alegria e outro sorriso. E queremos ter o sorriso bem grande durante toda a competição. Amanhã é um excelente teste".
Um médio com muito golo: "Todos queremos marcar golos na seleção. Obviamente que sei que umas das minhas qualidades por aí. Sou um médio com chegada ao último terço com capacidade de fazer golos e assistências, mas tenho de completar isso com os meus companheiros. Gostaria de marcar em todos os jogos, seria muito feliz. Se sempre que marco, ganhamos, espero marcar em todos os jogos do Europeu. Mas o mais importante é a dinâmica da equipa funcionar da forma correta".
O grupo está preocupado? "Preocuparia se não marcássemos mais do que sofremos. Obviamente que não queremos sofrer. Fala-se muito das balizas a zeros e é um dos nossos objetivos. Não se trata dos guarda-redes, trata-se de um conjunto de jogadores que têm de ser mais coesos. O nosso primeiro momento de pressão começa na frente. Quando sofremos golo, sofremos todos. Quando marcarmos, marcamos sempre. Há momentos que temos de dar mérito ao adversário. Houve momentos em que sofremos por demérito nosso, ou por falta de noção ou perigo. Às vezes temos de cheirar o perigo e houve momentos em que não conseguimos cheirar. O segundo golo da Croácia é um bom exemplo. Temos de estar mais alerta".

Os candidatos ao Euro e as palavras de José Mourinho de que uma segunda seleção portuguesa seria candidata: "Não diria uma segunda equipa, porque considero uma equipa só e todos nós temos capacidade para estar no onze inicial. Somos uma seleção com muita qualidade em todas as posições. Muitas vezes olha-se para o banco de suplentes e troca-se um jogador e a qualidade pode diminuir. Aqui, é difícil acontecer".

"No papel, somos todos favoritos. Acho que ninguém vai lá para não ganhar. Eu quero olhar para Portugal e pensar que temos todas as capacidades para chegar o mais longe possível".