A seleção portuguesa de futebol de sub-21, desfalcada do capitão Fábio Vieira, por lesão, defronta na quarta-feira a coanfitriã e estreante Geórgia, eventualmente com opções fortalecidas, no início do Grupo A do Europeu da categoria.

Designado como melhor jogador da última edição da prova, cuja final os lusos perderam frente à Alemanha (0-1), em junho de 2021, na Eslovénia, o médio deixou o estágio no domingo, por motivos físicos, após ter realizado trabalho no ginásio durante cinco dias.

Fábio Vieira, de 23 anos, tinha sido autorizado a apresentar-se na concentração apenas na semana passada, mas nunca subiu ao relvado nos dois derradeiros treinos na Cidade do Futebol, em Oeiras, assim como nos três seguintes, já em Tbilisi, capital da Geórgia.

Segundo melhor marcador de Portugal na qualificação, com sete golos, menos cinco do que o avançado Gonçalo Ramos - esteve recentemente convocado para a seleção ‘AA’, antes de ter sido dispensado, por motivos físicos -, o médio dos ingleses do Arsenal foi rendido pelo avançado Diego Moreira, de 18 anos, que integra os trabalhos hoje à tarde.

O extremo formado no Benfica, que alinhou pela equipa B em 2022/23, estava integrado na preparação dos sub-19 para o Europeu da categoria, que decorre em julho, em Malta, mas foi chamado pela primeira vez aos sub-21 e completa o lote ao dispor de Rui Jorge.

Essa lista tinha derivado de uma pré-seleção de 25 unidades, da qual foram preteridos o médio David da Costa (Lens) e o central Bernardo Vital (Estoril Praia), que, poucas horas depois, voltou para compensar a lesão do ala direito Tomás Tavares (Spartak Moscovo).

A equipa das ‘quinas’ surge pela nona vez em fases finais do campeonato da Europa de sub-21, e oitava desde a introdução da ronda principal, em 2000, registando na jornada inaugural dois empates, duas derrotas e três vitórias, todas sob orientação de Rui Jorge.

Vinculado desde novembro de 2010 à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o antigo defesa internacional luso é um exemplo único de longevidade a nível continental entre os selecionadores do escalão de esperanças e vai para a quarta presença no torneio, após ter sofrido duas derrotas em finais (2015 e 2021) e ‘caído’ uma vez na fase inicial (2017).

O percurso de 2023 vai começar face à Geórgia, única estreante entre os 16 finalistas da 24.ª edição do Europeu, organizado em conjunto com a Roménia, sendo que o histórico de jogos entre ambos se limita ao particular decorrido em setembro de 2022, na Covilhã.

Os atuais vice-campeões prevaleceram por 4-1, com golos de Paulo Bernardo, Samuel Costa, Henrique Araújo e Afonso Sousa, contra um de Giorgi Moistsrapishvili, no primeiro de cinco ‘ensaios’ para a fase final, que também englobaram os triunfos ante República Checa (5-1), Roménia (2-0) e Noruega (3-0), por entre um insucesso com o Japão (1-2).

Portugal abdicou de realizar qualquer jogo de preparação nas últimas duas semanas, ao contrário do conjunto orientado por Ramaz Svanadze, que, na quinta-feira, beneficiou de tentos em cada parte de Giorgi Tsitaishvili e Saba Khvadagiani para bater o Chipre (2-0).

Na ficha de jogo estiveram 17 dos 23 atletas da convocatória, enquanto o guarda-redes Giorgi Mamardashvili (Valência) e os defesas Irakli Azarov (Estrela Vermelha) e Giorgi Gocholeishvili (Shakhtar Donetsk) foram titulares dois dias depois pela seleção ‘AA’, que triunfou no Chipre (2-1), na terceira ronda do Grupo A de qualificação para o Euro2024.

Os médios Luka Gagnidze (Dínamo Moscovo) e Zuriko Davitashvili (Bordéus), obreiro do golo do êxito, foram suplentes utilizados, restando dúvidas sobre a disponibilidade desse quinteto para o jogo das ‘esperanças’ com Portugal, que decorre no dia seguinte à visita da Geórgia à Escócia, também de acesso à maior prova continental sénior de seleções.

Certa é a ausência do avançado Khvicha Kvaratskhelia (Nápoles), talento ímpar daquela antiga república soviética, que chegou a estar pré-convocado, mas abdicou da presença no Europeu de sub-21, numa época em que se sagrou campeão italiano e foi igualmente premiado como jogador mais valioso da Serie A e melhor jovem da Liga dos Campeões.

Portugal e Geórgia medem forças na quarta-feira, às 20:00 locais (17:00 em Lisboa), em Tbilisi, no Estádio Boris Paichadze, o maior do país, que alberga cerca de 54.000 lugares sentados e é a casa do Dínamo Tbilisi e das seleções nacionais de futebol e de râguebi.

Construído em 1976, o recinto foi requalificado pela última ocasião há oito anos, quando recebeu uma decisão inteiramente espanhola da Supertaça Europeia, conquistada pelo FC Barcelona, então vencedor da ‘Champions’, ante o Sevilha, detentor da Liga Europa.

A Geórgia foi ainda escolhida para organizar o Europeu de sub-19, em 2017, e debutou precisamente frente a Portugal, que entrou a ganhar com um penálti de Rui Pedro (1-0), em Gori, onde a equipa liderada por Hélio Sousa perderia com a Inglaterra na final (1-2).

O Grupo A da prova continental de sub-21 também engloba os Países Baixos, campeões em 2006 e 2007, e a Bélgica, que se defrontarão à mesma hora do confronto dos pupilos de Rui Jorge, no Estádio Mikheil Meskhi, a cerca de oito quilómetros do Boris Paichadze.

​Finalista derrotada em 1994, 2015 e 2021, a formação das ‘quinas’ precisa de ficar numa das duas primeiras posições da ‘poule’ para aceder à fase seguinte da prova, que integra 16 participantes pela segunda edição seguida e é coorganizada por Roménia e Geórgia, país que vai receber a final, aprazada para 08 de julho, na Adjarabet Arena, em Batumi.