Juan Román Riquelme é mais um dos argentinos a mostrar-se contra a realização da final da Libertadores no Santiago Bernabéu, em Madrid. O antigo jogador do Boca Juniors lamenta a decisão da CONMEBOL e diz que este será "o amigável mais caro da história".

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"[Boca Juniors e River Plate] colocaram o futebol argentino no topo mas é triste ter de se jogar noutro país. A final já não ver ser a mesma coisa. Era como se jogassem a Liga dos Campeões cá [na Argentina]. É como uma derrota para o futebol argentino", começou por dizer, em declarações à rádio 'Mitre'.

A antiga estrela do Boca Juniors lembrou o Superclássico é algo tipicamente argentino, que nunca devia sair do país.

"O Superclássico, em algum momento, terá de ser jogado na Argentina. O que vamos fazer no próximo River-Boca? Vamos jogar noutro país? Por mais que queira ver o Boca a ganhar, o jogo devia ser disputado no nosso país. Isto vai ser o amigável mais caro da história. O futebol argentino perdeu muito e é muito doloroso. Há poucas coisas que são nossas, como o churrasco, o mate, o doce de leite... e o Superclássico, mas acabaram de nos tirar e isso não é nada bonito", lamentou.

Riquelme lamentou também que os atos de uma minoria tenha estragado uma festa que se esperava ser bonita.

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"É lamentável que uma equipa de futebol não possa chegar ao estádio. O que se passou foi muito estranho e muito feio. Não quero que os meus filhos se habituem a que estas coisas aconteçam", apontou o antigo internacional argentino.

O vencedor da Taça Libertadores qualifica-se para o Campeonato Mundial de Clubes que será realizado nos Emirados Árabes Unidos e a final edição de 2019 será a última a ser disputada em duas mãos, ao sistema de jogo único, como acontece na Liga dos Campeões europeus.

No dia 24 de novembro , na data inicial prevista para a segunda mão, o autocarro que transportava a comitiva do Boca Juniors foi atacado à chegada ao estádio Monumental, do River Plate, resultando em ferimentos em alguns jogadores.

Os adeptos lançaram pedras e gás pimenta, e os futebolistas Pablo Pérez e Gonzalo Lamardo tiveram que ser assistidos no hospital.

Depois do empate 2-2 cedido na primeira mão, na Bombonera, o Boca pretende que o River seja punido pelo ataque e que se aplique o artigo 18 do regulamento disciplinar, que prevê várias penalizações, entre as quais a desqualificação.