André Pedrinelli, médico de campo da Conmebol, durante a partida entre o São Paulo com os uruguaios do Nacional - jogo em que o defesa Juan Izquierdo colapsou - garantiu que a ajuda prestada ao jogador teve em conta os protocolos. O jogador que era companheiro de equipa de Sebastian Coates, acabou por morrer na terça-feira, depois de vários dias internado no hospital.

"Quando o Izquierdo caiu, um jogador do São Paulo recebia atendimento na linha lateral e a imagem que recebemos no tablet não focou o momento exato da sua queda", começou por referir em declarações ao Globo Esporte.

"A imagem que recebemos no tablet tem três segundos de delay, que é para termos a oportunidade de rever um lance no aparelho o mais rápido possível. No dia do jogo havia cinco médicos no campo. Além do pessoal do Nacional, havia o colega médico do São Paulo e o da ambulância. O responsável pelos primeiros socorros é sempre o corpo clínico do clube, no caso do Juan, o Nacional. Mesmo com tantos profissionais, as decisões não são fáceis. Comunicação rápida e contínua, treino constante e coordenação são fundamentais nestes casos", elucidou.

"Tudo foi feito corretamente, de acordo com os protocolos pré-estabelecidos pela Conmebol. Antes da partida é realizado o treino com a equipa da ambulância para, caso seja preciso ela entrar em campo, poder fazê-lo no local correto e o mais rapidamente possível. Foi o que aconteceu. Outro ponto que treinámos foi a comunicação com o árbitro. Ele faz um sinal apontando a emergência e até isso é treinado, prosseguiu.

O médico referiu ainda não se podem comparar os casos de Juan com o do dinamarquês Christian Eriksen, que também sofreu paragem cardíaca durante o Euro 2020. "É difícil a comparação. O Eriksen estava na lateral do campo, com as câmaras da televisão a visualizarem a jogada. O reconhecimento do quadro foi muito mais claro e rápido do que o do Izquierdo. Foi uma paragem cardíaca de rápido reconhecimento. Ele cai e fica imóvel no chão. No caso do Juan há pontos duvidosos que indicavam uma possível paragem cardíaca e outros que geraram fatores clínicos divergentes. Ele teve um quadro convulsivo intenso e apresentava pulso e respiração quando entrou na ambulância. A decisão clínica não é nada fácil de ser tomada e não é questão apenas de conhecimento. Houve ainda um complicador importante. O quadro convulsivo que o Juan teve. No momento é difícil saber o que ocorre como fator inicial, se o quadro cardiológico ou o neurológico."