A questão tinha sido suscitada pelo Conselho Geral (CG), um órgão consultivo, que questionou a “elegibilidade” de Braga Júnior para aquele cargo, por considerar que ele não tinha o mínimo de cinco anos necessários como sócio, à luz dos estatutos axadrezados, para ser candidato.
O CG, presidido pelo professor universitário Arnaldo Saraiva, sugeriu então a realização de um assembleia-geral, argumentando que só esta tem declarar elegível qualquer candidato que não preencha os requisitos estatutários.
Álvaro Braga Júnior passou claramente neste exame, tendo salientado, no final, o apoio “unânime” que os sócios presentes nesta assembleia lhe manifestaram.“Só tenho que lhes agradecer a confiança que em mim depositam, porque foi um voto creio que inquestionável”, concluiu, considerando todavia que “o Boavista deu um tiro nos pés” com esta assembleia, porque tudo indica que não haverá eleições antes de 4 de Agosto.
A convicção geral é que o clube vai ter de abrir um novo processo eleitoral, o que implica voltar à estaca zero. A candidatura que Álvaro Braga Júnior apresentou a 17 de Junho, em princípio, ficará assim sem efeito.
O dirigente entende que agora importa “rapidamente sarar a ferida e tentar seguir em frente”, mas advertiu que, assim, o Boavista muito dificilmente conseguirá reunir condições para disputar a Liga Vitalis.Braga Júnior disse aos sócios que “estava a negociar um empréstimo de 150 mil euros” para poder pagar até sexta-feira à Liga, multas que impedem o Boavista de se inscrever nos campeonatos profissionais.
“Os sócios boavisteiros sabem que enquanto me quiseram contam comigo com todas as forças, dia após dia, a caminho daquilo que eu espero seja um futuro mais risonho”, afirmou Braga Júnior.“Não será com dificuldade que me derrubam”, assegurou, reconhecendo, no entanto, que o Boavista “está mais perto” da segunda divisão nacional do que da Liga de Honra por manifesta falta de meios financeiros, situação agravada pelo facto de a direcção do clube estar demissionária.
Ainda assim, Álvaro Braga Júnior tinha uma boa notícia para dar aos associados. “Amanhã (quinta-feira), espero contratar o novo treinador, o que significa que já estou, mesmo nesta função algo debilitada, a preparar a nova época”, referiu, acrescentando que dar agora um passo atrás pode significar dar dois à frente no final da época.
“Pode ser que entretanto o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa se pronuncie e demos mesmo dois passos à frente sendo colocados no lugar que é o nosso por direito próprio, que é a Liga Sagres, o campeonato nacional da primeira divisão”, completou.
O Boavista recorreu para o tribunal da decisão do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol de ratificar a sua despromoção à Liga de Honra, há cerca de um ano, decretada pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional no âmbito do processo Apito Final.
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