O Governo cabo-verdiano prometeu hoje iniciar em breve obras no Estádio Nacional, na Praia, que perdeu a certificação para jogos internacionais, tal como o Estádio Adérito Sena, em São Vicente, que precisa de “intervenção de fundo”.

As informações foram avançadas pelo ministro-adjunto do primeiro-ministro para a Juventude e Desporto, Carlos Monteiro, na sequência das notícias que dão conta da interdição do Estádio Adérito Sena, em São Vicente, para jogos internacionais da seleção nacional em competições oficiais da CAF e da FIFA.

E aconteceu também depois de o Estádio Nacional, que recebia os jogos da seleção desde a sua inauguração, em 2014, ter também ficado sem certificação da CAF desde 2021.

Relativamente ao Estádio Nacional, o ministro informou que já há uma proposta de empresa que vai realizar obras de substituição do relvado e colocação de outros equipamentos, e prevê que os trabalhos iniciem “muito breve”, com um prazo de execução de dois meses e meio.

“Dado o interesse público evidente e a urgência, provocada por esta decisão da CAF, o Governo decidiu conceder ao Instituto do Desporto e da Juventude, enquanto entidade responsável pela implementação de medidas públicas para o setor do Desporto e da Juventude, a devida autorização para proceder, com urgência devida, à assinatura do contrato com a empresa selecionada”, esclareceu.

Quanto ao Estádio Adérito Sena, o ministro reconheceu que precisa de uma “intervenção de fundo”, mas explicou que, tratando-se de um estádio municipal, é necessária concertação entre as autoridades locais e o Governo, para montar um projeto e procurar financiamento para as obras.

Os últimos jogos dos ‘Tubarões Azuis’ foram no Estádio Adérito Sena, em São Vicente, mas com a perda de certificação Cabo Verde vai disputar fora do país o apuramento para a Taça das Nações Africanas de futebol de 2023.

Cabo Verde, que está no grupo B, vai iniciar em finais de maio a qualificação na casa do Burkina Faso, com o jogo a estar marcado para Marrocos, uma vez que também aquela seleção tem os seus estádios interditados pela CAF.

O segundo jogo do apuramento será em 14 de junho, e deveria ser em casa, contra o Togo, que é comandado por Paulo Duarte, mas deverá acontecer no Senegal ou em Marrocos.

A outra seleção do grupo é Essuatíni.

Em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), o presidente da FCF, Mário Semedo, disse que se trata de um “percalço muito grande”, mas sublinhou que é uma situação que a organização que dirige não controla.

“São questões de infraestruturas, nós apenas somos utilizadores destas infraestruturas que, infelizmente, foram agora desaprovados pela CAF”, lamentou o dirigente federativo.