Um responsável da polícia inglesa declarou-se hoje inocente de homicídio involuntário na tragédia de 1989 no estádio de Hillsborough, em Sheffield, na qual morreram 96 adeptos do Liverpool, incluindo crianças.

No tribunal de Preston, o comissário David Duckenfield, de 74 anos, e à altura dos factos responsável pela segurança do encontro entre o Liverpool e o Nottingham Forest, das meias-finais da Taça de Inglaterra, negou as acusações de “grave negligência” que lhe são imputadas.

O julgamento envolve 95 mortes, uma vez que a 96.ª apenas ocorreu quatro anos depois, embora resultante de ferimentos no dia fatídico: a lei à época impede a responsabilização nesta situação.

Em 15 de abril de 1989, uma multidão foi esmagada contra o gradeamento em torno do relvado, causando igualmente centenas de feridos – a polícia foi criticada por não ter fechado um túnel de acesso, permitindo a entrada de adeptos e, posteriormente, ao reagir tarde ao desastre anunciado.

Igualmente acusado de falhas na segurança, Graham Mackrell, 68 anos, antigo secretário-geral do clube de Sheffield, declarou-se também inocente.

Os dois arguidos voltam a tribunal em 14 de janeiro.