O Ministério Público emitiu um comunicado onde esclarece as buscas às SAD´s do Benfica e do Santa Clara. Na investigação que está a ser coordenada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal de Lisboa, foram realizadas 29 buscas, seis delas a clubes de futebol

Diz o MP que foram realizadas várias buscas: oito buscas domiciliárias, uma a uma fundação, seis a instalações de três sociedades desportivas, nove a outro tipo de sociedades, três a duas clubes desportivos e duas a dois escritórios de advogados.

As operações, que decorrem em vários locais do país, contam com a participação de magistrados do Ministério Público e dos tribunais de Instrução Criminal, inclusive, o Central e elementos da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária.

"Nos inquéritos investigam-se factos suscetíveis de integrarem crimes de participação económica em negócio ou recebimento indevido de vantagem, corrupção ativa e passiva no fenómeno desportivo, fraude fiscal qualificada e branqueamento. Estão em causa negócios de diversa natureza, todos relacionados com o futebol profissional e relativos, nomeadamente, a contratos de parceria de cooperação financeiro-desportiva e respetivos aditamentos bem como a acordos de alteração de contrato de parceria", esclarece o Ministério Público.

"Investigam-se ainda a aquisição dos direitos desportivos e económicos dos jogadores por parte de clubes nacionais de futebol, empréstimos concedidos a um destes clubes e a uma sociedade desportiva por um cidadão de Singapura com interesses em sociedades sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas e a utilização das contas do mesmo clube e de outro, para a circulação de dinheiro",  continua o comunicado.

As investigações incidem igualmente sobre o envolvimento de outros tipos de sociedades, algumas ligadas ao setor imobiliário. Em causa o pagamento em dinheiro de prémios de jogo, a satisfação de dívidas pessoais de dirigentes, a utilização por estes de valores dos clubes e a omissão declarativa de operações fiscalmente relevantes.

As investigações estão a ser conduzidas pelo direção do Ministério Público com a coadjuvação da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária.