A personalidade forte de Jorge Jesus não é fácil de lidar e João Ferreira, jovem que se estreou na equipa principal do Benfica pelas mãos do técnico sentiu isso na pele. O primeiro jogo oficial foi contra o Paredes, a contar para a Taça de Portugal 2020/21 e o lateral direito sentiu muito as famosas "duras" que Jesus dá aos jogadores.

"A estreia com Jesus na Taça, contra o Paredes, deixou-me muito contente. Todos sabiam como era o mister e que raramente apostava nos jovens. Saber que era aposta dele foi um momento muito feliz para mim. As duras também as tive, claro, toda a gente sabe como ele é. Posso não ter lidado com isso da melhor maneira, porque ainda era imaturo. Incomodava-me, abalava um pouco a minha confiança. Era normal, queria mostrar o meu valor, mas o mister mostrou-me que não olhava a idades e reconheceu a minha qualidade", conta João Ferreira.

Atualmente ao serviço da Udinese, na Serie A, o defesa, de 22 anos, passou ainda por Vitória de Guimarães, Rio Ave e Watford por empréstimo, antes de chegar a Itália. No entanto, as passagens por Portugal não correram como esperado, uma vez que João Ferreira sentiu dificuldades para acumular minutos.

"As passagens pelo Rio Ave e Vitória não foram o que esperava de um certo ponto de vista de utilização e ritmo competitivo. Mas, por outro lado, foram ao encontro do que precisava, pois estava a deixar o Benfica, onde tinha estado vários anos, habituado a ter tudo. Era um ambiente diferente em meu redor, visto como menino da academia e sentia ter tudo de mão beijada. No Vitória logo me deparei com um ambiente de adultos, um balneário completamente diferente. Isso afetou-me um bocadinho, não soube lidar bem, porque vinha jogando exclusivamente com gente da minha idade e recebia muito carinho. Claro que queria muito em termos exibicionais e de tempo de jogo, mas cresci a nível pessoal, maturando e assentando ideias. Fiquei mais maduro para o futebol e para a vida. O Rio Ave também encaro como etapa positiva. O treinador depositava muita confiança em mim, mesmo não me fazendo jogar muito. Sentia que era importante para o coletivo e para a equipa", explicou.