Fábio Paim, a eterna promessa (não concretizada) do futebol português, concedeu uma entrevista ao jornal 'Sun Sport', em que disse "não haver ninguém" como ele.

"Eu era realmente especial. Tenho de ser humilde, mas esta é a verdade. Infelizmente, na minha altura não havia Instagram nem Facebook, nada era filmado como agora. Acredito mesmo, de forma sincera, que até hoje não houve ninguém como eu, com a mesma qualidade que eu tinha. O Cristiano Ronaldo, com todo o seu esforço e trabalho, chegou ao nível que merece. Quando eu jogava, se tivesse a mesma dedicação e compromisso, teria sido melhor do que ele. Se falarmos de técnica, eu era melhor. Era um pequeno Ronaldinho. Como vês, não é a técnica que nos leva onde quer que seja. Naquela altura eu era melhor do que o Cristiano Ronaldo. Acho que devia dar-me uma das suas Bolas de Ouro", começou por dizer, Fábio Paim, citado pelo jornal O Jogo.

Fábio Paim acabou por não vingar no futebol devido a um estilo de vida pouco apropriado para um atleta. Em 2019, foi preso por posse de cocaína.

"Nasci com talento. Ganhava imenso dinheiro e criei a ilusão de que não precisava de me esforçar. É impossível uma pessoa como eu ser milionária. Lamento algumas das minhas escolhas. Agora estou numa idade diferente, por isso posso ver as coisas de forma diferente. O talento estava cá, mas a mente não. A minha cabeça estava em mulheres e em festas, tudo menos no futebol. Joguei alguns jogos, mas o meu corpo não estava na melhor forma e não respondia àquilo que queriam de mim, porque se eu pudesse estaria no Barcelona ou no Real Madrid", continuou.

Paim, agora com 35 anos e sem clube desde 2021, falou ainda do período em que esteve detido.

"A prisão foi muito dura, tanto para mim como para a minha família. Mas foi boa. Aprendi que o que consegues de forma fácil não é bom para ti. E não podia continuar a ter aquele estilo de vida, tinha de trabalhar e ter dignidade. A minha vida agora é mais calma. Estou certo de que cometerei erros, porque sou humano. A prisão não é um lugar para um miúdo como eu. Não quero que sintam pena de mim. Foi a minha escolha, o meu erro. Mas precisei do conforto e apoio que apenas a famílai consegue dar. A família é o mais importante de tudo. Quando tinha fama, dinheiro e festas, pensava que isso era felicidade, mas agora estou mais feliz com menos. Tive de ser honesto com o meu filho e pedi-lhe para estar, para me visitar. A minha mãe foi sempre um grande apoio. O que mais me magoa é o quão os magoei com os meus erros, porque eles não mereciam. Fiz-lhes demasiado."