Especialistas portugueses defendem melhorias na reanimação cardiorrespiratória em futebolistas vítimas de paragem cardiorrespiratória em campo. Num artigo publicado no 'British Journal of Sports Medicine', João João Mendes e Paulo Beckert tiveram como base o recente episódio com o dinamarquês Christian Eriksen no Euro2020 do último verão.

Na sua intervenção, João João Mendes, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, lembrou que "a assistência ao internacional dinamarquês durante o Euro'2020 demonstrou que os protocolos de reanimação cardiorrespiratória podem ser otimizados".

No artigo assinado pela dupla, os dois especialistas em medicina desportiva, ligados à Federação Portuguesa de Futebol, propuseram quatro pontos.

"Antes de mais propomos a obrigatoriedade de uma espécie de vídeo-árbitro médico, que possa ter acesso a várias câmaras para perceber o que antecedeu o colapso do jogador; depois aconselhamos a que nos primeiros dois a quatro minutos se proceda a manobras de reanimação cardiorrespiratória apenas com compressões torácicas, isto é - sem insuflações manuais ou tentativa de via aérea avançada; sugerimos que exista um plano específico de evacuação para um centro especializado em paragem cardiorrespiratória quer haja recuperação ou não de sinais de circulação, sendo que neste último caso a vítima deve ser desejavelmente transferida utilizando um dispositivo mecânico de compressão torácica para unidade hospitalar com capacidade de implantação de máquina coração-pulmão (ECMO) em tempo útil", explicou João João Mendes, citado pela FPF.