Régis Pitbull é um antigo avançado brasileiro, hoje com 43 anos, que jogou ao serviço do Marítimo na temporada de 1996/1997, tendo ainda passado pela campeonato turco e alguns clubes brasileiros, como o Corinthians e o Vasco da Gama. Em 2012, Pitbull terminou a carreira no Ponte Preta e hoje é viciado em crack.

Régis afirmou, ao site brasileiro UOL,  que não se considera "um coitadinho" e está a "tentar reergue-se, com a ajuda dos amigos".

"Se eu te pedir dinheiro e disser que não vou usar nada, é mentira. E eu não minto. O tipo que usa drogas e diz que não usa está a mentir a si próprio. Eu fico bem hoje com duas pedras de crack por dia, uma antes de dormir, outra depois de acordar. O que é muito menos do que usava há pouco tempo", disse, recordando um vídeo que circula na internet do antigo jogador a pedir dinheiro.

"Vieram dizer que eu estava a pedir esmola. Isso é mentira. Se eu fosse branco, o vídeo seria só 'um cara a receber troco dos amigos'. Mas eu sou preto. Se um preto ganha dinheiro de madrugada já está a pedir esmola", contou, afiançando que a sua mãe ficou "uma arara" [zangada] com a situação. "Se você ficou chocado quando leu 'Régis Pitbull pede esmola', pode segurar a emoção. Não sou um coitadinho, não preciso da pena de ninguém, não me arrependo do que fiz e do que sou. Sou um viciado em recuperação. Mas também sou mais que isso."

Pitbull lembra também as primeiras vezes que consumiu droga.

"Quando você sai à noite com um jogador de futebol há sempre uns 'negócios' envolvidos. O pessoal pensa que só os pobres usam drogas. No meu mundo só havia patrões, jogadores, empresários, famosos. Toda a gente a usar e você acaba por querer curtir também. Quando voltava para casa tinha vontade de dar um 'continue' na vibe que tinha tido com eles . E eu sabia onde conseguir as coisas. Maconha [haxixe] eu fumava desde sempre. Cocaína experimentei, mas não gostei. Quando parei de jogar, sozinho no meu apartamento, passava o dia todo a usar crack. Mas nunca fiz isso à frente da minha família. Quando era difícil conseguir na favela, pegava no meu carro e ia à 'cracolândia'."

"Se não fossem os meus amigos, o futevólei e o jiu-jitsu, que comecei a praticar depois de deixar o futebol, talvez hoje estivesse numa 'cracolândia'. Vendi as minhas coisas - roupa, telefone, camisolas dos clubes, ouro, o carro - tudo para comprar o 'bagulho'. Quando dá vontade, é difícil segurar. Mas eu nunca roubei, nunca usei na rua, o meu problema resolvo sozinho", acrescentou.