O Grupo Desportivo “O Coruchense” (GDC) lamentou hoje “a desinformação e os prejuízos para a sua imagem” suscitados pelo processo em que é acusado do crime de angariação de mão de obra ilegal, o qual nega ter cometido.

O Tribunal de Instrução Criminal de Santarém manteve, em decisão tomada na passada sexta-feira, a acusação feita pelo Ministério Público a seis arguidos, entre os quais o GDC, de angariação de mão de obra ilegal devido à contratação de jogadores de futebol que se encontravam em situação irregular no país, seguindo o processo para julgamento.

Em comunicado, o GDC afirma que os atletas estrangeiros que jogaram no clube em 2015 (a inspeção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras na origem do processo ocorreu em setembro desse ano) “vieram todos antes para Portugal com destino a outros clubes” e já tinham jogado em épocas anteriores.

Segundo o clube, os cinco jogadores estrangeiros contratados para a época 2015/2016, depois da subida ao campeonato nacional, “já viviam em Portugal” e foram inscritos na Federação Portuguesa de Futebol, “via Associação de Futebol de Santarém”, numa altura em que a FPF “anunciou um protocolo com o SEF que visava tornar mais célere a legalização de jogadores estrangeiros, que deveria ocorrer no prazo de 90 dias”.

O GDC alega que celebrou com cada jogador um contrato de trabalho válido por dois anos, “inscrito na Segurança Social e no Serviço de Finanças”, e que os jogadores “tinham alimentação garantida diariamente em restaurante local e viviam em condições dignas e confortáveis em habitações arrendadas pelo clube”.

Afirma ainda que os jogadores, “acompanhados por diretores e advogado do clube, foram várias vezes ao SEF de Santarém para obterem o visto de residência, o que não veio a acontecer até final da época 2015/16”, tendo os contratos sido rescindidos amigavelmente em junho de 2016, com intermediação do Sindicato de Jogadores, “sem que daí resultasse qualquer vantagem financeira para o clube”.

Segundo o comunicado, os cinco jogadores “continuaram a sua carreira em clubes portugueses do Campeonato Nacional e ainda hoje vivem e trabalham em Portugal”.

Além do CGD, são arguidos no processo Ricardo Santos, presidente do clube entre maio de 2008 e julho de 2015, o seu sucessor, Dionísio Mendes (que presidiu entre 2001 e 2013 à Câmara Municipal de Coruche), o tesoureiro e diretor desportivo Carlos Neves e os empresários de jogadores de futebol Vasco Antão e Carlos Silva.

A acusação do Ministério Público afirma que os arguidos “engendraram um plano” para trazer para Portugal jogadores estrangeiros e com isso obterem proveitos económicos, sem que tivessem diligenciado no sentido de obterem autorizações de residência ou visto de permanência válidos para esses cidadãos.