A construção de um novo estádio em Évora, com lotação para 3.000 pessoas, arrancou este mês e deverá ficar concluída num ano, fruto de uma parceria entre um clube, uma multinacional do retalho e a câmara.

Os trabalhos “começaram com a montagem do estaleiro e a preparação do terreno” e vão prolongar-se durante “11 ou 12 meses”, indicou hoje à agência Lusa António Sousa, presidente do clube promotor do projeto, o Juventude Sport Clube, de Évora.

A infraestrutura, cuja construção é financiada por uma cadeia de hipermercados - o valor não foi revelado por António Sousa -, vai ‘nascer’ na periferia da cidade, num terreno municipal com cerca de 20.000 metros quadrados, cedido em direito de superfície ao Juventude, após concurso público.

O estádio é uma das contrapartidas para a multinacional do retalho ficar, durante 50 anos, com o direito de superfície de 9.000 metros quadrados de terreno no atual estádio do Juventude, o Sanches de Miranda, para construir um supermercado.

“O Juventude aproveitou uma oportunidade que surgiu” e, em colaboração com a cadeia de hipermercados, é possível criar este “ciclo virtuoso positivo para o clube e um equipamento que faltava a Évora e ao Alentejo”, afirmou o presidente.

Lembrando que o Estádio Sanches de Miranda tem muitos anos e um relvado que “é o mais antigo do país”, com cerca de 50 anos, António Sousa considerou que “qualquer remodelação custaria mais do que fazer um estádio de novo”.

Segundo o dirigente, o futuro estádio vai ter um relvado natural, uma bancada coberta com capacidade para 2.500 pessoas e outra descoberta para 500, quatro balneários, auditório, ginásio, museu do clube e restaurante.

“Toda a infraestrutura também fica preparada para uma segunda fase, que não tem data” ainda prevista para avançar e que abarca “a ampliação da capacidade do estádio para 5.000 lugares”, adiantou.

Além de financiar o novo estádio, de acordo com o presidente do Juventude, a mesma multinacional do retalho vai construir no Sanches de Miranda um novo campo de futebol com relvado sintético, balneários e outros espaços, como secretaria, salas de reuniões e um bar.

As obras no Sanches de Miranda apenas arrancarão quando a empreitada do novo estádio estiver concluída e a infraestrutura desportiva estiver licenciada, sublinhou.

O clube alentejano vai igualmente manter os dois pavilhões desportivos que já tem junto ao Estádio Sanches de Miranda.

“É um negócio que não tem qualquer alienação de património, uma vez que é um direito de superfície que é cedido [à empresa] por 50 anos” e que, no final desse período, “volta ao Juventude, que também fica dono das estruturas aí construídas”, realçou.

Em relação ao novo estádio, a Câmara de Évora vai dispor de 212 horas de utilização por ano, como contrapartida pela cedência do direito de superfície do terreno, acrescentou o dirigente.

Para um terreno contíguo, está prevista a construção da academia da Associação de Futebol de Évora (AFE) e do município, com apoio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), no âmbito de uma candidatura ao programa “Uma associação, uma academia”.

Este outro equipamento, que tem um apoio financeiro atribuído pela FPF na ordem dos 600 mil euros, vai envolver um investimento global de dois milhões de euros.

A futura academia inclui a construção de dois campos, um de futebol com relvado sintético e outro para a prática de futebol de praia, além de um pavilhão gimnodesportivo.