Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, já começou a prestar declarações na primeira sessão do julgamento da Operação Pretoriano, que decorre no Tribunal de São João Novo, no Porto. Durante o seu testemunho, Madureira garantiu que sempre esteve disponível para colaborar com a justiça, mas que as suas declarações não foram devidamente consideradas.

"Quero dizer que nestes 14 meses detido sempre me prontifiquei a prestar declarações, sempre falei. Declarações que não foram levadas em conta, ou foram dadas como falsas. E sempre foram verdadeiras", afirmou o arguido, mais conhecido por 'Macaco'.

O líder da claque portista abordou também o alegado envolvimento de Adelino Caldeira no caso, garantindo que a acusação inicial do Ministério Público era infundada: "No início, o Ministério Público dizia que o plano era do Dr. Adelino, que me pediu e ao Saul que levássemos os sócios para a Assembleia para que votassem. Eu na altura disse logo que era mentira", explicou. "Eu e a minha esposa dissemos ao falecido presidente [Pinto da Costa] que se quisesse ganhar as eleições tinha de tirar o Adelino Caldeira e o Fernando Gomes da lista. O Dr. Adelino soube e depois virou-nos a cara, a mim e ao Saul", acrescentou.

No entanto, a juíza interrompeu-o, lembrando que Adelino Caldeira não consta na acusação e pedindo a Madureira que se focasse nos factos.

O arguido alegou ainda que foi alvo de uma campanha mediática e negou qualquer envolvimento na elaboração dos estatutos da claque: "Houve uma campanha orquestrada nas redes sociais e na comunicação social. Eu não tive nada a ver com a elaboração dos estatutos".

Sobre a Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023, confirmou ter mobilizado os Super Dragões, mas apenas para apoiar Pinto da Costa: "Mobilizei os Super Dragões para irem à Assembleia Geral apoiar Pinto da Costa. Nunca mandei ninguém mudar de bancada", garantiu.

O julgamento continua, com mais testemunhos e argumentos a serem apresentados.