O futebolista brasileiro Dani Alves, acusado de ter violado uma jovem em dezembro de 2022 em Barcelona, reiterou hoje a inocência no caso, cujo julgamento está encerrado, embora o veredicto só seja conhecido daqui a semanas.

“Se ela quisesse ir embora, podia tê-lo feito, não tinha de lá estar”, declarou o antigo lateral direito, que garantiu que não é “um homem violento”.

Alves, que jogou no FC Barcelona, no Paris Saint-Germain e na Juventus, entre outros, é acusado de ter violado uma jovem na casa de banho de uma discoteca, em dezembro de 2022, e mantém que a relação foi consensual.

O defesa de 40 anos, disse a acusação, tem uma versão que não condiz com a da vítima, que tem “uma história absolutamente credível” de ter sofrido violência e violação, ao passo que o brasileiro alterou quatro vezes a sua versão desde que foi detido.

De resto, recusou responder a quaisquer perguntas que não as colocadas pela sua defesa, num inquérito que durou 15 minutos.

A acusação pede, assim, nove anos de prisão para o futebolista, bem como o pagamento de 150 mil euros à vítima e liberdade sob supervisão de 10 anos após sair da prisão.

“Se uma mulher diz para parar, é para parar. Alves não pode continuar sem consentimento”, defendeu a acusação.

O advogado do brasileiro, por seu lado, pediu a absolvição do defesa, que “não poderia saber que a demandante tinha retirado o seu consentimento”.

Segundo o processo, Alves encontrava-se na discoteca em Barcelona e encontrou a vítima, com outras pessoas, tendo-a convidado para dançar e, depois, para uma divisão recolhida do espaço comum, no qual a forçou a ter relações sexuais, defende a acusação, em “clima de ansiedade e terror” para a jovem.

O dia de hoje, o último antes do encerramento dos procedimentos, contou com vários testemunhos, desde as pessoas que acompanharam a queixosa na discoteca a um profissional de psicologia, que confirmou sintomas de síndrome pós-traumático, enquanto as testemunhas do lado do arguido, a esposa e um amigo, garantiram que este estava bêbedo aquando dos factos.

Dani Alves é um dos futebolistas mais condecorados da história do desporto, vencendo 23 troféus só no ‘Barça’, entre 2008 e 2016, e jogava no Pumas, no México, quando foi detido, levando o clube a despedi-lo de imediato.

Pela convenção em Espanha, o veredicto será conhecido apenas dentro de algumas semanas, embora o processo tenha desde já ficado encerrado.