Mais de três dezenas de amigos e ex-colegas de equipa recordaram hoje de forma “merecida” o antigo internacional português António Pacheco, falecido em março, num jogo entre veteranos de Portimonense e Torralta, dois dos emblemas que representou.
"Na altura era miúdo, o Pacheco era uma das referências do Sporting e do nosso campeonato. Eu vinha da academia do Sporting e de uma realidade diferente, e recordo-me que me ajudou muito na adaptação", lembrou à Lusa o antigo internacional português Nuno Valente, que coincidiu com António Pacheco no balneário do Sporting em 1994/95.
O ex-lateral esquerdo de Sporting e FC Porto, entre outros clubes, reavivou a memória para destacar um convite “inesperado” para um aniversário de Pacheco, pouco tempo depois de se conhecerem, que comprovou a pessoa “fantástica e acessível” que era.
“Chegou-se ao pé de mim, convidou-me para um aniversário dele e fiquei maravilhado, porque tinha chegado há pouco tempo [ao balneário do Sporting] e foi uma coisa que me marcou. Sempre tive grande estima por ele, pelo que fez no futebol português e pelo muito que me ajudou”, assinalou.
Nuno Valente, de 50 anos, salientou o “choque” com que recebeu a morte de Pacheco, em 20 de março, aos 57 anos, “quando ninguém estava à espera e da forma como foi”, realçando a importância da “merecida” homenagem ao seu antigo colega.
O antigo médio Augusto, que foi transferido do Portimonense para o Benfica em conjunto com António Pacheco, no final da época 1986/87, recordou à agência Lusa a “grande ligação” entre os dois “superamigos”.
“Estávamos muitas vezes juntos, falávamos muito e ia muitas vezes com ele [a Lisboa] ver o Benfica. [A sua morte] Foi uma grande dor, uma grande perda para o futebol português e para as gentes de Portimão”, frisou.
Augusto lembra o antigo colega “todos os dias”, quando olha para uma fotografia sua com Pacheco: “Era uma grande figura, um grande amigo, um grande pai. Não estávamos à espera da sua morte, aconteceu, mas a vida é assim”, disse.
No Campo Major David Neto, em Portimão, amigos e antigos jogadores de Portimonense e Torralta, um emblema já extinto mas que nos anos 80 do século passado era considerado como a primeira academia do futebol nacional, lembraram “para a eternidade” António Pacheco, num jogo cheio de golos e memórias.
O presidente do Portimonense, Fernando Rocha, associou-se à iniciativa, que também serviu para distinguir postumamente Raminhos, outro antigo jogador dos algarvios, lembrando Pacheco como “um jogador da terra” que “ainda tinha muito para dar ao desporto e à cidade de Portimão”.
Natural de Portimão, António Pacheco iniciou a carreira ao serviço do Torralta e passou para o Portimonense, transferindo-se em 1987 para o Benfica, pelo qual conquistou dois títulos de campeão nacional, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira, além de duas presenças na final da Taça dos Campeões.
Em 1993, foi um dos protagonistas do chamado 'verão quente', mudando-se, juntamente com Paulo Sousa, para o rival Sporting, clube em que esteve duas épocas e conseguiu uma Taça de Portugal, prosseguindo depois a carreira em clubes como Belenenses, Reggiana (Itália), Santa Clara, Atlético e Estoril Praia.
Pacheco foi ainda seis vezes internacional português.
Depois de terminar a carreira de jogador, ainda foi treinador, mas por pouco tempo, tendo desempenhado funções no Atlético e Portimonense.
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