O português Marcos Freitas afirmou hoje que o torneio de ténis de mesa de Omã, no qual perdeu na final, no domingo, prosseguiu até ao fim, devido aos "poucos casos" confirmados da Covid-19 naquele país, comparativamente a muitos outros.

Apesar da Federação Internacional de Ténis de Mesa (ITTF) ter suspendido o Open da Polónia, em Gliwice, entre 11 e 15 de março, a prova agendada para as mesmas datas em Mascate, capital de Omã, realizou-se integralmente, com o mesatenista, de 31 anos, a salientar que a decisão se deveu aos "18 a 20 casos da doença" que então lá havia - segundo os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde, de terça-feira, o país tinha 24 casos.

"Depois de estarmos lá, de fazermos uma viagem tão longa, de termos a qualificação - eu não joguei a qualificação, mas outros atletas tiveram -, desconvocar a fase final e depois ser cancelado [o torneio], penso que também não seria muito justo e muito agradável para todos nós. Penso que foi isso que fizeram [a ITTF]: viram que a situação na Europa não estava boa, principalmente, viram que Omã não tinha muitos casos e decidiram continuar", disse à Lusa.

Marcos Freitas contou ainda que a prova decorreu sem qualquer "controlo especial" face à epidemia e reconheceu ter sido "estranho jogar naqueles dias" - o madeirense, 26.º classificado do ‘ranking' mundial, realizou seis encontros entre sexta-feira e domingo, tendo perdido a final com o indiano Sharath Kamal Achanta, 38.º da hierarquia, por 4-2.

Satisfeito pelo facto de o torneio ter "corrido bem", o atleta natural do Funchal deixou Omã na segunda-feira, num aeroporto com "nenhum controlo especial", e fez escala em Doha, capital do Qatar, antes de ter chegado na terça-feira a Lisboa, para depois rumar à Madeira.

Com as competições internacionais de ténis de mesa suspensas desde segunda-feira até ao final de abril, após decisão da ITTF, Marcos Freitas admitiu que a própria realização dos Jogos Olímpicos em Tóquio, no Japão, é uma "incógnita", mesmo com as "informações diárias" do Comité Olímpico Internacional a manterem as datas previstas - 24 de julho a 09 de agosto.

"Há que esperar. Penso que, nestes próximos dias, vai haver reuniões muito importantes para se falar a nível dos Jogos Olímpicos. Não posso dizer se vai haver, se não vai haver. Penso que se for preciso cancelar os Jogos Olímpicos ou adiá-los, isso será sempre bem visto por todos nós, atletas, porque o importante é a saúde em primeiro lugar", considerou.

Marcos Freitas já está qualificado para os Jogos, tanto para o torneio individual masculino, como para a prova por equipas, juntamente com Tiago Apolónia (57.º do ‘ranking') e João Monteiro (80.º). Fu Yu, 48.ª da tabela mundial, é a mesatenista lusa apurada para o torneio feminino.

A Covid-19 infetou 448 pessoas em Portugal e causou uma morte, confirmada na segunda-feira. A nível global, a doença originada pelo novo coronavírus, já provocou mais de 7.800 mortes, num universo superior a 189 mil infetados.