O presidente da equipa de râguebi do Técnico quer terminar o campeonato, apesar do Governo ter deixado a modalidade fora dos planos de reabertura, e apelou hoje à federação (FPR) para elaborar um plano de contingência que o permita.

O executivo de António Costa determinou, na quinta-feira, que apenas a I Liga de futebol, a Taça de Portugal e as modalidades individuais ao ar livre serão autorizadas a retomar a atividade desportiva, devido à pandemia de covid-19, decisão que precipitou o final dos campeonatos de seniores de râguebi.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Técnico, Pedro Lucas, acusou a FPR de não ter entregado à Secretaria de Estado do Desporto um plano para a conclusão do campeonato, conforme foi solicitado às federações na semana passada, por “incúria ou incapacidade”, e defendeu que o râguebi tinha “condições muito simples” para terminar a época.

“Podíamos ter marcado a diferença, até porque não tínhamos o problema de uma catadupa complicada de jogos em termos de tempo. A justificação que a FPR dá é que foi o governo que decidiu não terminar. A diferença é que, efetivamente, a federação de futebol tomou medidas e defendeu os clubes quando tinha uma situação muito mais complicada de gerir”, apontou o líder dos ‘engenheiros’.

Consultado pela Lusa, o presidente da FPR refutou a acusação e garantiu que foi entregue um plano para a conclusão do campeonato à Secretaria de Estado do Desporto, em 24 de abril, esclarecendo, ainda, que a questão da atribuição do título continua por decidir.

“Essa é uma questão diferente, desportiva, que vai ter de ser decidida em reunião de direção, eventualmente com os clubes, mas não há campeonato”, sublinhou Carlos Amado da Silva, ao reiterar que está a “cumprir decisões do governo”.

O dirigente confirmou ainda que, depois de ser informado da decisão governamental pela Lusa, confirmou-a “com o Secretário de Estado e o Instituto Português do Desporto e Juventude” e frisou que não tomou a decisão “unilateralmente”, ideia defendida pelo líder do Técnico.

“Eu não determinei nada, o governo é que não permite que se acabe. No dia 24 [de abril] enviei a carta ao Secretário de Estado, com o ponto da situação e o que pretendíamos fazer, que até previa seis semanas [para retoma dos treinos e conclusão do campeonato]. Portanto, o que houve foi uma decisão do governo a impedir que se continue. A FPR não tomou posição nenhuma”, reforçou Amado da Silva.

No mesmo dia, a 24 de abril, oito dos doze clubes da Divisão de Honra enviaram ao presidente da FPR uma carta, a que a Lusa teve acesso, na qual sugeriam, entre outras medidas, a conclusão do campeonato em três ‘jornadas’, compostas por quartos-de-final, meias-finais e final, modelo diferente do previsto no regulamento da competição e que Amado da Silva garante que foi sugerido ao governo.

Os presidentes de Belenenses, Técnico, Direito, Agronomia, CDUL, Cascais, CDUP e Académica assinaram a missiva que apontava, ainda, o dia 31 de julho como data limite para terminar a competição, prazo que, segundo Pedro Lucas, permite que ainda haja tempo para “apresentar o plano à Secretaria de Estado [do Desporto]”.

O líder do clube das Olaias garantiu, ainda, que os clubes teriam a capacidade de fazer os testes à COVID-19 exigidos pelas normas de higiene e saúde no desporto, durante a pandemia, e deixou no ar a hipótese de terminar a prova à revelia da FPR.

“Alguns clubes estariam dispostos a conversar sobre isso, que é sempre uma questão complicada, mas podem estar decididos a substituir a FPR. Os clubes hão de reunir, falar e tomar decisões”, prometeu Pedro Lucas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 233 mil mortos e infetou mais de 3,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Portugal contabiliza 1.007 mortos associados à covid-19 em 25.351 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.

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