O piloto britânico Lewis Hamilton (Mercedes) pode tornar-se em 2021 no mais titulado piloto de sempre de Fórmula 1, ultrapassando os sete cetros conquistados pelo alemão Michael Schumacher.

Depois de ter superado o antigo piloto de Benetton, Ferrari e Mercedes no número de vitórias (91) e ‘pole positions’ (68) e de ter igualado o número de títulos mundiais (sete), Hamilton pode, na temporada que arranca no fim de semana, no Bahrain, sentar-se sozinho no ‘trono’ da modalidade.

Num ano em que a anunciada revolução nos regulamentos técnicos na disciplina charneira do desporto automóvel ficou adiada devido à pandemia de covid-19, Hamilton surge como favorito à conquista de mais um campeonato, depois de ter vencido seis dos últimos sete (2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020), juntando-os ao conquistado em 2008, pela McLaren.

No entanto, a introdução de um novo fundo plano nos monolugares deste ano poderá ter ajudado a baralhar as contas, com os três dias de testes de pré-temporada realizados no Bahrain, no início de março, a mostrarem inéditos problemas de equilíbrio no Mercedes, que tem dominado a competição desde a introdução dos carros híbridos, em 2014.

Hamilton terá de contar com a oposição do finlandês Valtteri Bottas, vice-campeão nos últimos dois anos, seu companheiro na equipa germânica e que, por isso, luta com as mesmas armas, num ano em que a Mercedes procura manter o domínio nos construtores, depois de sete títulos seguidos.

Já a Red Bull vai apresentar uma dupla mais experiente do que nos anos anteriores, com o mexicano Sérgio Pérez, que, ao serviço da Racing Point foi quarto no campeonato e conquistou a primeira vitória da carreira no ano passado, e o holandês Max Verstappen, terceiro em 2019 e 2020 e um dos mais talentosos pilotos do atual pelotão.

Os três dias de testes, ainda que curtos, mostraram que a Red Bull está especialmente desenvolta este ano.

A Ferrari, que trocou o tetracampeão alemão Sebastian Vettel (mudou-se para o lugar de Pérez na agora Aston Martin, ao lado do canadiano Lance Stroll) pelo espanhol Carlos Sainz e manteve o monegasco Charles Leclerc, parece ter ultrapassado os problemas de falta de potência do seu motor evidenciados em 2020.

O regresso do espanhol Fernando Alonso, campeão do mundo em 2005 e 2006, após três anos de ausência, é outro dos destaques do campeonato deste ano.

Alonso, que tinha deixado a Ferrari no final de 2018, regressa à Renault (agora denominada Alpine), tornando o pelotão deste ano o melhor desde 2012, com quatro campeões do mundo (Hamilton, Vettel, Kimi Raikkonen e Alonso). Michael Schumacher, Jenson Button e Nico Rosberg foram os outros campeões deste século.

Alonso vai fazer dupla com o francês Esteban Ocon, enquanto o australiano Daniel Ricciardo, quinto em 2020, se mudou para a McLaren, terceira classificada nos construtores, juntamente com o britânico Lando Norris.

A Haas, que no ano passado foi vítima colateral dos problemas de motor da Ferrari, que equipam os carros norte-americanos, surpreendeu ao contratar o alemão Mick Schumacher, filho do heptacampeão mundial e uma das maiores esperanças do automobilismo.

Ao seu lado estará o russo Nikita Mazepin, filho de um milionário russo que é um dos novos investidores da equipa.

A Alpha Tauri mantém o francês Pierre Gasly e o japonês Yuki Tsunoda enquanto a Alfa Romeo faz alinhar o finlandês Kimi Raikkonen, campeão em 2007, e o italiano Antonio Giovinazzi.

Já a Williams, no primeiro ano após ter sido adquirida por um fundo de investimento, mantém o canadiano Nicholas Latifi e o britânico George Russell.

Ao todo, o calendário apresenta 23 jornadas (é o mais longo de sempre), começando com os treinos livres do Grande Prémio do Bahrain, na sexta-feira, e terminando com a corrida de Abu Dhabi, em 12 de dezembro.

O Autódromo Internacional do Algarve (AIA) volta a acolher o ‘grande circo’, pela segunda vez consecutiva, em 02 de maio, com a terceira ronda do Mundial.

Esta vai ser a 18.ª edição do Grande Prémio de Portugal, que começou por se realizar no circuito citadino da Boavista, em 1958, passando, no ano seguinte, por Monsanto, antes de voltar ao calendário em 1984, no Estoril, onde se manteve até 1996.

A Fórmula 1 regressou a Portugal em 25 de outubro de 2020, em Portimão, após 24 anos de ausência do Mundial, na sequência da reorganização dos calendários devido à pandemia de covid-19.