O Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e o Instituto Nacional de Reabilitação (INR) apresentaram hoje, em Lisboa, o prémio “Desporto + Acessível”, que visa distinguir projetos para pessoas com deficiência.

O prémio, que tem periodicidade anual e deseja promover o desenvolvimento do desporto e da atividade física para pessoas com deficiência, com vista à sua inclusão social, é aberto diversos organismos, desde escolas a ginásios, passando por entidades da administração pública e empresas.

Uma das presenças na cerimónia foi a de Ana Sofia Antunes, secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, que revelou que a ideia para a criação deste prémio surgiu no mandato anterior e que o desejo é tornar o desporto para as pessoas com deficiência cada vez menos uma prática segregada e restrita.

“Queremos que este prémio seja um estímulo para que se consiga fazer mais e melhor neste domínio, que possamos ter candidaturas diversificadas e assim incentivar a prática desportiva e incentivar quem tem feito esta caminhada desde há muitos anos a esta parte. Desejamos que cada vez menos se pense no desporto para pessoas com deficiência com uma área segregada e em federações específicas”, disse a governante, assumindo que há trabalho por fazer no âmbito da inclusão e que tem de ser dada, desde já, atenção às camadas mais jovens, “criando-lhes o gosto e aptidão pelo desporto”.

João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, realçou que o desporto para pessoas com deficiência deve ser uma “aposta de futuro”.

“A minha convicção é que as modalidades que vão crescer mais são as que apostarem no desporto feminino e no desporto adaptado. É esse o músculo e é aí que os clubes e as federações devem fazer a sua aposta, pois é aí que está a base de crescimento do desporto”, disse o secretário de estado, que frisou ainda que “este papel de dinamizador está e deve estar nas mãos do Estado, mas depende também muito da ação das federações, dos clubes e do poder local”.

O governante anunciou ainda que está a ser preparado um conjunto de legislação de combate à violência no desporto, e que também nesse campo “serão promovidas medidas que salvaguardem as pessoas com deficiência na sua condição de adepto”, terminando com a garantia de que “a parceria entre inclusão e desporto é para prosseguir e deve ser objeto de trabalho desde a base até ao alto rendimento”.

O presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Vítor Pataco, um dos parceiros que assinou o protocolo de cooperação tendo em vista a promoção deste prémio, destacou o clima de cooperação entre entidades em prol das pessoas com deficiência.

“As duas entidades há muitos anos que vêm trabalhando em projetos e iniciativas, num modelo de cooperação que hoje se materializa neste prémio, uma iniciativa conjunta que promove o desenvolvimento do desporto junto de pessoas com deficiência física”, disse o presidente do IPDJ, que elencou como objetivos principais deste galardão “promover a inclusão social de pessoas com deficiência através do exercício físico, a generalização da prática desportiva e a integração dessas pessoas nas estruturas desportivas”.

Outra das entidades que participará na cooperação técnica para divulgação e promoção desta iniciativa é o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), cujo presidente, Humberto Santos, elogiou o “espírito inovador” do projeto.

“Este projeto tem uma grande componente de inovação, que se materializa em vários âmbitos, a começar pelo facto de, até ao dia de hoje, não haver nada semelhante. Depois, inovador também pelo modelo, pela parceria entre entidades públicas e privadas, e, finalmente, inovador pela avaliação de mérito a que os participantes serão sujeitos”, sublinhou o presidente do INR, que terminou dizendo que “quando todos querem e se juntam numa missão, é possível construir projetos de valor para a comunidade”.

A principal distinção deste prémio será pecuniária, no valor de sete mil euros, a que se junta a compra de material desportivo no valor de 1.500 euros, e pode também incluir até quatro menções honrosas de projetos que se desenvolvam no contexto do desporto e da atividade física para pessoas com deficiência.