O desporto foi totalmente suspenso poucos dias depois da confirmação dos primeiros casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, em 02 de março de 2020, retomado depois a atividade sob fortes restrições e não sem atribulações.

As repercussões da covid-19 no desporto nacional começaram a sentir-se de imediato, com o cancelamento da edição dos campeonatos internacionais de Portugal de badminton, que deveriam ter sido disputados nas Caldas da Rainha, mas que foram só os pioneiros de muitas outras competições suspensas ou adiadas.

Bastaram 10 dias após a deteção dos dois primeiros infetados, no Porto, para as competições serem suspensas, em 12 de março, um dia depois da declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sem que tivessem sido disputadas à porta fechada, como inicialmente definido pelas estruturas federativas, que tinham também ‘proibido’ os cumprimentos antes dos jogos.

Antes, já 27.ª edição da Algarve Cup de futebol feminino tinha ficado ‘amputada’ da final, com a declaração da derrota da Itália, face à Alemanha, para permitir o regresso das transalpinas, devido à supressão de voos, numa altura em que o país era o ‘epicentro’ da pandemia.

O ‘vazio’ pandémico começou a ganhar forma em 17 de março, com o adiamento para 2021 do Euro2020, que deveria decorrer entre 12 de junho e 12 de julho e no qual a seleção portuguesa defende o título, e atingiu o pico no dia 23, após idêntica (e inédita) decisão para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio2020.

Em Portugal, o futebol terminou a ‘quarentena’ 87 dias depois, em 03 de junho, com o jogo entre Portimonense e Gil Vicente, a primeira das 90 partidas das 10 últimas jornadas da edição de 2019/20 da I Liga, disputadas sem público.

A retoma da I Liga e a disputa da Taça de Portugal foram decididas pelo Governo em 30 de abril, mediante a aprovação de um plano sanitário da Direção-Geral da Saúde (DGS) e após uma ‘cimeira’ que reuniu o primeiro-ministro, António Costa, e os presidentes de Federação Portuguesa de Futebol, Liga de clubes, Benfica, FC Porto e Sporting.

Suspensa desde o ‘longínquo’ dia de 08 de março, a I Liga portuguesa foi retomada, seguindo um exigente protocolo sanitário, com imagens inéditas no futebol português: treinadores (e suplentes) de máscara, ausência de cumprimentos entre os jogadores – e alguma hesitação nos protagonistas, confrontados com a ‘nova normalidade’ — e um minuto de silêncio, cumprido em rigoroso distanciamento, num círculo no centro do relvado, em memória das vítimas da covid-19.

A retoma foi um exclusivo da ‘elite’ do futebol, o que permitiu a promoção antecipada de Nacional e Farense ao principal escalão, enquanto todas as outras modalidades coletivas ficaram com os historiais referentes à época em branco.

E não foram só as modalidades de pavilhão a ‘sofrer’ com a pandemia: o Estoril Open de ténis e o Rali de Portugal são dois exemplos de provas emblemáticas que ficaram por realizar, ao contrário do que aconteceu com a Volta a Portugal, ‘adaptada’ a uma edição especial, mais curta, e fora das datas habituais, que consagrou Amaro Antunes (W52-FC Porto) em 05 de outubro.

Com o aproximar do verão, as restrições atenuaram-se e, já com a bola a rolar, um pouco por toda a Europa, Lisboa ‘lucrou’ com a decisão da UEFA de concluir a Liga dos Campeões numa inédita ‘final a oito’, em campos neutros e em apenas um jogo, anunciada em 17 de junho.

A ‘Champions’ viria a consagrar os alemães do Bayern Munique pela sexta vez, em 23 de agosto, já depois de serem atribuídas a Portugal a organização de etapas dos campeonatos do mundo de Fórmula 1 e MotoGP.

O Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, foi o ‘palco’ dos triunfos do britânico Lewis Hamilton (Mercedes) na classe ‘rainha’ do automobilismo, perante cerca de 27.500 espetadores, em 25 de outubro, e do português Miguel Oliveira (KTM) nas duas rodas, em 15 de novembro, já com as bancadas vazias, depois de forte polémica pelos ‘excessos’ do público na F1.

Enquanto isso, já decorriam, novamente, todos as competições seniores — o desporto para os mais jovens está parado desde março de 2020 —, com um verdadeiro ‘contrarrelógio’ das provas futebolísticas, fruto do início tardio, em 18 de setembro, de modo a encaixar no calendário campeonatos nacionais, competições europeias e taças nacionais, a tempo do Euro2020 e da Copa América.

Desde então, com mais ou menos casos e vários jogos adiados, as competições têm decorrido na normalidade possível, quase sempre sem espetadores — as exceções foram alguns testes-piloto, competições nos Açores e a Fórmula 1, esta última que ditou o encerramento praticamente total das portas ao público.

Um ano depois, após a terceira vaga, e num cenário de novo confinamento e incerteza, apenas podem decorrer as competições coletivas de primeiro escalão ou equiparadas, tendo voltado a suspensão das provas secundárias e de dimensão regional, sem esquecer as corridas velocipédicas.

O MotoGP e, provavelmente, a Fórmula 1 vão voltar ao Algarve, mais uma vez depois da reorganização dos calendários dos campeonatos de 2021.

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