O dirigente revelou que, nos 12 jogos da prova, foram analisadas 39 situações, sendo que 46% delas foram revertidas com uma taxa de acerto de 95% - em 10% das situações as imagens foram inconclusivas.

Numa conferência de imprensa para avaliar o sistema, Orlando Panza considerou que o “teste foi altamente positivo, mas não foi tudo perfeito”.

“Permitiu-nos ter ferramentas que no futuro possam ser melhoradas e ajudar-nos na melhoria da verdade desportiva, assim como a evitar erros dentro da pista”, disse.

Como fraquezas, o dirigente identificou a maior duração global do jogo (dois minutos e meio, em média, por cada ação analisada), o que é “aceitável em teste”, mas “excessivo” e terá que ser reduzido para “não se perder a dinâmica do jogo”.

O dirigente também alertou para uma eventual “desresponsabilização dos árbitros”, sendo que, por outro lado, “liberta tensão excessiva”.

Orlando Panza considera que o SRV “veio para ficar”, mas não quis arriscar uma data sobre a implementação generalizada do sistema, notando que pode demorar mais por razões financeiras do que técnicas, porque são necessárias seis câmaras por jogo.

Os treinadores do FC Porto e Benfica, presentes pouco antes na conferência de imprensa de antevisão da Supertaça António Livramento, consideraram que pode ser uma ferramenta importante para o futuro da modalidade, mas tem ainda muito a melhorar.

“Acho que é o caminho a seguir, mas é evidente que tem muitas situações a melhorar, como acontece em qualquer coisa que é implementada pela primeira vez. Seria interessante e bom que fosse para a frente”, defendeu o técnico portista, Ricardo Ares.

Já Nuno Resende notou que pode ser “uma ferramenta interessante”, mas não muito fácil de implementar na prática, colocando antes o foco nos árbitros de campo.

“O jogo ocorre a uma velocidade vertiginosa, não é fácil o desempenho deles, mas dever ir-se mais a fundo no que é a preparação física e psicológica dos árbitros portugueses, que considero serem os melhores a nível mundial”, disse.