Os Mundiais de ciclismo de estrada arrancam quinta-feira em Imola com a participação de quatro ciclistas portugueses nas provas masculinas, na qual os eslovenos Tadej Pogacar e Primoz Roglic estarão juntos perante um quadro vasto de favoritos.

Num ano marcado pela paragem competitiva devido à pandemia de covid-19, os Mundiais foram este ano encurtados no programa, sem sub-23 e outras categorias, e apenas as elites em prova.

A covid-19 também trouxe incerteza ao próprio traçado, uma vez que a corrida estava marcada para a Suíça, originalmente, surgindo várias hipóteses após a paragem ditada pela covid-19, como novos palcos do campeonato do mundo, que acabou por ‘assentar arraiais' em Imola.

A prova de fundo masculina apresenta um traçado de 258,2 quilómetros, na sua totalidade disputados em circuito, de 28,7 quilómetros, e a feminina de 143 quilómetros, usando o mesmo circuito na cidade italiana conhecida pelo autódromo que recebeu, até 2006, o Grande Prémio de São Marino da Fórmula 1, enquanto o contrarrelógio individual, igual para homens e mulheres, terá 31,7 quilómetros.

Com cerca de cinco mil metros de acumulado de subida, a corrida masculina assenta mais a ‘puncheurs', habituados a alguma montanha, especialmente em provas de um dia, especialistas em clássicas e trepadores do que a ‘sprinters' e restantes homens rápidos do plantel.

Nesse contexto, homens como Tadej Pogacar, que surpreendeu ao vencer a Volta a França aos 21 anos, e o homem que destronou nessa pretensão, o compatriota Primoz Roglic, podem ter uma palavra a dizer, estando ladeados por homens como Luka Mezgec ou Jan Polanc.

Pela frente, a equipa eslovena terá uma série de nomes a ter em conta, desde logo o ‘veterano' e antigo detentor da camisola arco íris, o espanhol Alejandro Valverde, que lidera a Espanha, mas existem outros, como o belga Wout van Aert, que tem impressionado esta temporada e que terá Greg van Avermaet consigo.

Após a desilusão no ‘Tour', o francês Thibaut Pinot pode lutar pela vitória final para se redimir, com Julian Alaphilippe como outro nome forte na França, com Vincenzo Nibali e Diego Ulissi como ‘cartas' da equipa da casa.

Rui Costa, campeão do mundo em 2013, é sempre um nome a ter em conta, com vários ‘top 10' na última década, e este ano escudado por Nelson Oliveira, que subiu ao pódio da Volta a França com a Movistar pela vitória na classificação por equipas, mas também Rúben Guerreiro e Ivo Oliveira.

O dinamarquês Mads Pedersen não volta para defender o título, ao lado de outras ausências, como o eslovaco Peter Sagan, tricampeão, ou o holandês Mathieu van der Poel.

No contrarrelógio, Van Aert volta a surgir como um nome importante, ao lado do compatriota Victor Campenaerts, mas também o campeão europeu Stefan Küng, da Suíça, ou o australiano Rohan Dennis.

Dennis é o atual campeão do mundo e procura um terceiro cetro consecutivo, igualando não só o compatriota Michael Rogers, que o conseguiu entre 2003 e 2005, mas também aproximar-se do alemão Tony Martin, que ganhou três seguidos e ainda um quarto, em 2016.

Nesta especialidade, Portugal terá Nelson Oliveira e o atual campeão nacional, Ivo Oliveira, como representantes, com Nélson Oliveira a apresentar um currículo de peso: fez ‘top 10' na prova em 2014, 2017, 2018 e 2019, procurando a quarta presença seguida entre os melhores.

No setor feminino, que volta a não ter representantes lusas, a grande favorita, a holandesa Annemiek van Vleuten, lesionou-se durante a Volta a Itália e vai falhar a corrida, deixando o campeonato do mundo em aberto.

A Holanda mantém grandes nomes na seleção, como as antigas campeãs mundiais Marianne Vos, Chantal Van den Broek e Anna van der Breggen, mas também há a polaca Katarzyna Niewiadoma, a britânica Lizzie Deignan ou a espanhola Mavi García, além da norte-americana Chloe Dygert, a grande favorita à vitória no ‘crono'.

Os Mundiais de ciclismo de estrada arrancam quinta-feira em Imola, Itália, com o contrarrelógio individual feminino, com o ‘crono' masculino, com Ivo Oliveira e Nelson Oliveira, marcado para sexta-feira.

No sábado, as elites femininas disputam a prova em linha, antes dos masculinos, no domingo, com Rui Costa, Rúben Guerreiro, Nelson Oliveira e Ivo Oliveira em ação por Portugal.

Programa dos Mundiais de ciclismo de estrada para elites, que decorrem de quinta-feira a domingo na cidade italiana de Imola:

24 set: Contrarrelógio individual feminino, 31,7 km, 13:40 (horas de Lisboa).

25 set: Contrarrelógio individual masculino, 31,7 km, 13:30 (horas de Lisboa).

26 set: Prova de fundo feminina, 143 km, 11:35 (horas de Lisboa).

27 set: Prova de fundo masculina, 258,2 km, 08:45 (horas de Lisboa).