João Vieira renovou, este domingo, o título de campeão nacional de marcha na distância de 35 quilómetros, nos campeonatos disputados em Porto de Mós, no distrito de Leiria.

Numa edição marcada pelo frio, o atleta português voltou a demonstrar todo o seu domínio, conquistando o 58. título absoluto ao terminar a prova com o tempo de 3:09.27.

Apesar de não estar ainda no topo da sua forma, João Vieira sentiu "boas sensações" em Porto de Mós mesmo tendo em conta todos os condicionalismos.  "A prova correu bem dentro da normalidade, num circuito novo. Com a ausência de público devido à COVID-19 estão a trazer os circuitos para fora das cidades e por isso estamos condicionados por esse fator. Acabou por ser uma prova bastante difícil, com um sobe e desce numa semana com bastante frio. Cheguei a um momento em que não conseguia fazer viragens devido a dificuldades físicas. Foi difícil mas as condições eram iguais para todos. Mas as sensações foram boas porque tive a companhia de um atleta da Colômbia que estava em prova e fiz a maior parte da prova com ele e só fraquejei na parte final, mas de resto estou satisfeito com o resultado e com as sensações que tirei", começou por analisar em declarações ao SAPO Desporto.

Ainda que tenha ficado atrás do colombiano José Montaña (2:37.05), o marchista de 44 anos considera positivo que mais atletas estrangeiros possam competir em Portugal e explica porquê. "É sempre bom, principalmente numa distância de 35 km. O meu nível em relação aos atletas portugueses está muito acima da média e por isso é muito complicado fazer provas superiores a 20 quilómetros sozinho e por isso a presença de atletas estrangeiro só me beneficia a mim e a eles também que já me conhecem há bastantes anos e sabem qual é o meu valor e ajudamo-nos uns aos outros", ressalvou.

João Vieira reconheceu ainda que as condições atmosféricas acabaram por condicionar o desenrolar da prova. "Em Rio Maior [cidade onde vive João Vieira] sentimos esse frio, aliás no país todo, com temperaturas negativas e por isso foi um obstáculo que nós tivemos para a prova. Nós estamos habituados a competir com bastante frio, mas como o deste ano...ainda por cima a meio da prova veio o vento e complicou. Ainda bem que não aconteceram situações com atletas em hipotermia e temos que estar satisfeito porque correu tudo bem", continuou.

A falta de verdadeiros adversários e o sexto triunfo consecutivo no campeonato nacional não tiram o foco ao marchador que, no entanto, pondera "competir mais no estrangeiro". "A concorrência não foi muita, este ano ainda pior porque vários promessas portuguesas não têm competido e abandonaram a marcha atlética e acaba por ser complicado competir em Portugal. Mas eu como sou português é sempre um orgulho estar presente no campeonato de Portugal ainda por cima conquistei o meu 58.º título de campeão nacional, mas agora vamos ver o futuro e se calhar vou começar a competir mais no estrangeiro, mas é algo que eu tenho que ponderar com a minha treinadora futuramente", revelou.

Com o nível de restrições a poder aumentar já esta semana dada a escalada de casos de COVID-19, João Vieira irá fazer um périplo pelo país durante a sua preparação, de forma a poder evitar males maiores. "Agora com a eminência de um novo confinamento, estou a pensar em ir 15 dias para o Algarve. Tenho tentado circular pelo país, na minha terra em Rio Maior não me estou a sentir tão seguro e escolho treinar em outros locais para poder ter maior concentração na parte física e na parte mental. Tenho variado entre Montegordo (Algarve) e Mira (Coimbra). Em novembro já estive em Espanha em Serra Nevada e vamos pensar onde poderemos agora treinar", afirmou.

Para já a cabeça de João Vieira não está nos Jogos Olímpicos, a prioridade agora é proteger-se. "A cabeça não está nos Jogos e penso que não tem que estar. O objetivo são os Jogos mas tenho muitas etapas até lá. Ainda tenho muitos campeonatos para realizar. Tenho que analisar isto de mês a mês. Em Portugal estamos com aumento de casos e eu quero-me proteger da melhor forma possível", finalizou.

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