O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, disse hoje que os bons resultados obtidos em Tóquio2020 “são uma boa almofada” para as negociações sobre o contrato-programa para Paris2024.

“As negociações ainda não se iniciaram, da parte do presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) houve manifestação de vontade para iniciar [as conversações] após os Jogos. Os resultados são uma boa almofada para essa conversação. Se acaso ficassem aquém do que foi contratualizado, naturalmente que a nossa interlocução estava fragilizada e diminuída”, admitiu, em conferência de imprensa de balanço da participação lusa.

Após quatro medalhas conquistadas, entre elas o ouro de Pedro Pichardo no triplo salto, Portugal teve a melhor participação de sempre, o que dá outra capacidade de argumentação ao COP.

“Com que legitimidade se solicitaria reforço de apoios num quadro em que não tínhamos sido capazes de cumprir o que tínhamos comprometido com o Governo? Tendo sido possível cumprir o contratualizado e ultrapassar o que estava contratualizado, o próprio Governo reconhecerá com facilidade que qualquer aumento à preparação olímpica se pode traduzir numa maior qualidade dos resultados alcançados”, explicou o dirigente.

Além do fator negocial, os bons resultados “animam a que se faça mais, se tenha esperança, de que Portugal seja desportivamente mais competitivo”, introduzindo “fatores de confiança” que podem levar a que sejam aproveitados para “estabilizar e na medida do possível aumentar” a quantidade de bons registos.

Com um balanço “positivo” da participação, agora é necessário “que se dê mais atenção ao desporto”, para que no futuro Portugal possa “exponenciar as capacidades e talentos que possa ter no quadro competitivo internacional”.

“Os maiores desafios são consolidar estes resultados e procurar que a nossa participação em Paris2024 possa ser ainda mais forte”, resumiu.

Ainda assim, e aguardando “os relatórios técnicos das federações, nos quais se analisarão os resultados alcançados e não alcançados”, para os próximos Jogos “não há muito tempo, três anos passam a correr”.

Uma questão necessária para o país é “fazer um esforço enorme de aumentar o leque das modalidades presentes”.

“Temos de fazer um esforço de consolidação das modalidades que tradicionalmente se apuram para os Jogos, mas também esforço para aquelas que não se apurando têm condições para com mais trabalho, entrega, foco diferente, poderem apurar atletas seus para a participação nos Jogos Olímpicos. No início do ciclo, estimámos a possibilidade de 19 modalidades. Não esperávamos que o futebol não se apurasse. Que o karaté não se apurasse. Não esperávamos que o golfe não se apurasse. O tiro”, analisou.

Nesse seio está um esforço de maior equidade, com Portugal muito próximo dos objetivos traçados de 40% de mulheres para homens (nos 39,1%), com Constantino a pedir que mais programas de “mobilização associativa” possam ter “efeitos positivos na base”.

“Se excluirmos o andebol [14 convocados masculinos] da contabilidade, a nossa participação está nos 46%. Muito próximo de um regime de paridade. Ainda há obstáculos no acesso à prática desportiva para mulheres. Têm de ter atenção muito particular para promover um aumento de participação feminina na prática desportiva. Não só por equidade, mas por razões de natureza social. Não há razões que justifiquem que seja um paradigma maioritariamente masculino”, comentou.

De resto, Portugal esteve presente em duas das quatro modalidades estreantes, no surf e no skate, com diplomas para Yolanda Sequeira, na primeira, e Gustavo Ribeiro, na segunda, “resultados excelentes” e “muito animadores”.

“É muito animador, desde logo para eles, mas também para Portugal, porque revela capacidade competitiva em modalidades que passam a fazer parte [do programa], e Portugal tem de aplicar-se bem e aproveitar estas oportunidades”, vincou.

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