Simone Biles afirmou esta terça-feira que sentiu a necessidade de se focar no seu bem-estar mental, durante a final de equipas da Ginástica Artística, conquistada pelo Comité Olímpico Russo.

"Depois da exibição que fiz, não quis continuar. Tenho de me focar na minha saúde mental. A saúde mental é cada vez mais importante no desporto agora", disse, citada pela BBC.

"Temos de proteger as nossas mentes e os nosso corpos e não apenas continuar a fazer o que o mundo quer que façamos", acrescentou.

A ginasta norte-americana admitiu também que já não tem a mesma confiança que tinha em si, abordando a pressão causada pelas redes sociais. "Não confio tanto em mim como confiava. Talvez seja de estar mais velha. Existem dias em que toda a gente tweeta e sentes o peso do mundo. Não somos só atletas. Somos pessoas no final do dia e as vezes temos de dar um passo atrás", afirmou.

"No final do dia, não somos só atletas. Somos pessoas e às vezes precisamos de dar um passo atrás. Eu não queria fazer algo estúpido que me pudesse magoar", explicou Simone Biles. "Acho que o facto de vários atletas se terem manifestado me ajudou. É algo tão grande, são os Jogos Olímpicos. Mas no final de dia nós não queremos ser carregados para fora numa maca", acrescentou.

Recorde-se que Biles conseguiu a qualificação para as seis finais femininas, mas acabou por desistir de participar na final por equipas desta terça-feira.

Ainda assim, a ginasta tem hipótese de igual o recorde da soviética Laris Latynina de nove medalhas de ouro. Neste momento, Biles conta com quatro medalhas de ouro e uma de bronze conquistadas nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

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Recorde-se que, esta terça-feira, a norte-americana desfalcou a seleção dos Estados Unidos em plena final feminina por equipas de Tóquio2020, devido a “razões médicas”.

Biles, de 24 anos, considerada uma das melhores ginastas de sempre, ausentou-se por momentos, acompanhada pelo médico da seleção dos Estados Unidos, regressando algum tempo depois para abraçar as colegas Grace McCallum, Sunisa Lee e Jordan Chiles.

A equipa norte-americana, cujo domínio da modalidade já tinha sido ameaçado pela Rússia, que se impôs na ronda de qualificação para a final de hoje, ficou em posição ainda mais fragilizada para defender em Tóquio a medalha de ouro conquistada há cinco anos, no Rio de Janeiro.

"Simone Biles vai ser avaliada diariamente para perceber a evolução do seu estado clínico, de forma analisar a participação em competições futuras", esclareceu a federação norte-americana, deixando no ar a possibilidade de competir nos concursos individuais.

Acabou por ser a Rússia a conquistar a medalha de ouro na prova por equipas feminina, um título que escapava há 29 anos e que quebra a hegemonia dos Estados Unidos.

A representação russa, composta por Vladislava Urazova, Viktoriia Listunova, Angelina Melnikova e Liliia Akhaimova, totalizou 169,528 pontos, superando a dos Estados Unidos, segunda classificada, com 166,096, e da Grã-Bretanha, que conquistou a medalha de bronze, com 164,096.

Já na segunda-feira, Simone Biles tinha dado sinais de que algo se passava. Nas redes sociais, a ginasta de 24 anos refletiu sobre a sua exibição com algumas faltas na qualificação do último fim de semana.

"Não foi um dia fácil ou o meu melhor, mas ultrapassei-o", escreveu numa publicação no Instagram.

"Às vezes, sinto que tenho o peso do mundo em cima dos ombros. Eu sei que a sacudo e faço parecer que a pressão não me afeta, mas às vezes é difícil hahaha!".

A atleta de 24 anos, que venceu quatro medalhas de ouro no Rio2016, continuou: "Os Jogos Olímpicos não são brincadeira".

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