A prova de qualificação olímpica da canoagem e paracanoagem, que principia na quarta-feira em Szeged, Hungria, está praticamente blindada à covid-19, tal a rigidez das medidas sanitárias impostas pela organização.

A obrigação do teste PCR negativo nas 72 horas antes de aterrar na Hungria é apenas um proforma, pois o processo de acreditação em Szeged – 175 quilómetros a sudeste de Budapeste – não avança sem novo teste, neste caso de antigénio.

As infraestruturas em Szeged, tida como a capital internacional da canoagem, foram alargadas e tornaram-se ainda mais especializadas, de forma a que nada falhe: o acrescentar de novas vertentes médicas e laboratoriais é o que se destaca.

Após cinco dias no evento, que contempla também a Taça do Mundo, de sexta-feira a domingo, as comitivas, que têm como obrigatório o uso da máscara, devem ser novamente testadas, repetindo-se o método de antigénio.

Todos estes encargos são um custo acrescido para as diversas federações, que, no caso da portuguesa, precisará de nova ronda de exames, agora de PCR, para voltar a Portugal: uma vez que, no início do mês, a Hungria saiu da lista dos países em pior situação, já não será necessário à seleção cumprir quarentena já de regresso a solo luso.

Em menos de meia hora após chegarem ao complexo de canoagem e remo de Szeged, os participantes sabem se continuam livres da pandemia e estão aptos a retomar as suas rotinas, que, por exemplo, sofreram alterações no catering.

Agora, em vez de duas enormes tendas-restaurante, privilegia-se um rápido sistema ‘take-away’ de três pratos à escolha para que as refeições possam ser consumidas ao ar livre – ou nos hotéis – no amplo parque desportivo magiar.

A circulação entre blocos – atletas e treinadores, dirigentes, zona de refeições, bancadas, zona media, entre outros – não se faz sem controlo de temperatura, pelo que qualquer caso suspeito é identificado rapidamente.

Em Szeged, Portugal vai participar em três eventos, começando na quarta e quinta-feira com seis tripulações, com um total de 10 canoístas, a tentar as derradeiras vagas para Tóquio2020.

De sexta-feira a domingo, estes atletas e mais os seis já apurados na pista – há ainda Antoine Launay no slalom – disputarão a Taça do Mundo, na qual medirão o pulso aos adversários no Japão, após mais de um ano sem desafios internacionais devido à pandemia.

No caso da paracanoagem, serão três os canoístas à procura de se juntar a Norberto Mourão, neste caso em evento integrado na Taça do Mundo e cuja competição inclui atletas já qualificados.