Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 devem ser uma inspiração para o mundo, depois das repercussões causadas pela pandemia de covid-19, que levaram ao adiamento da competição para 2021, disse hoje o diretor executivo do Comité Olímpico Internacional (COI).

Na conferência “Reacender a chama olímpica”, na Web Summit, instado pela antiga velocista britânica Jeanette Kwakye, o diretor executivo do COI para os Jogos Olímpicos, Christophe Dubi, apelou ao compromisso dos atletas, realçando que a capital japonesa vai estar no centro do mundo, entre 23 de julho e 08 de agosto de 2021.

“Aos atletas qualificados, peço que continuem comprometidos em alcançar as melhores formas das suas vidas. Aos que ainda estão a lutar pelo apuramento, que pensem que estamos a fazer tudo para que todos o possam conseguir, assegurando o processo de qualificação”, referiu o suíço.

Depois, “chegados os Jogos”, Christophe Dubi assegurou que “todos os olhos e todas as notícias vão estar em Tóquio”.

“Por isso, todas as palavras vão fazer a diferença. E é importante perceber que o mundo precisa mais do que nunca dos Jogos Olímpicos. A aldeia olímpica é um local onde estão todas as nações, todas as culturas, é o mundo ideal, numa pequena escala, e são esses valores que devem inspirar o mundo. A competição, no terreno de jogo, deve inspirar, mas o ambiente dos Jogos também”, vincou.

Dubi aproveitou a conversa com a antiga atleta Jeanette Kwakye, que disputou os 100 metros em Pequim2008, para elogiar, face ao adiamento dos Jogos, o “grande sentimento de responsabilidade e de alívio, por parte dos atletas, com a necessidade de qualificar e participar em eventos-teste, porque foi a sensação comum, de realizar a melhor competição, nas melhores condições possíveis”.

O responsável do COI recuou a março, quando foi decidido, primeiro, o adiamento dos Jogos, e depois o novo agendamento, numa altura em que ainda estavam por preencher cerca de 45% das vagas dos atletas, para cimentar o seu otimismo.

“Estávamos no esforço final e tivemos de adiar, por isso, neste momento estou focado, estou confiante, porque temos muitas razões para que tudo aconteça no próximo ano”, referiu Dubi, reiterando estar “muito focado, como responsável, mas também preocupado como o mundo está a lidar com a situação pandémica”.

O peso da decisão do adiamento foi aliviado com a unanimidade no encontro decisivo, em 23 de março, no qual todos os responsáveis, do COI, mas também da organização japonesa concordaram com a decisão.

“Sentimos: estamos a fazer o correto”, salientou, reconhecendo a inevitabilidade do desfecho: “Tínhamos de estar todos alinhados, não podíamos ir em frente naquele cenário de pandemia global. Havia países que ainda não tinham sido tocados, outros estavam a melhorar, mas foi o sinal sobre o que nos deveria concentrar durante o verão”, frisou.

Entre as dificuldades provocadas pelo adiamento dos Jogos, mais uma vez, Dubi assinalou as questões de logística, nomeadamente com as reservas das unidades hoteleiras, mas também com os locais de competição e da aldeia olímpica.

Após quatro edições realizadas em Lisboa, a edição de 2020 da Web Summit, considerada uma das maiores cimeiras tecnológicas do mundo, decorre entre hoje e sexta-feira num formato totalmente 'online', com "um público estimado de 100 mil" pessoas.