Abril, águas mil, é o que diz o provérbio. No desporto e no futebol é normalmente um mês decisivo no que a contas diz respeito nos campeonatos espalhados pela Europa fora.

Por cá, o FC Porto deu um safanão no campeonato, ao desatar o clássico ao minuto 90 no jogo do título frente ao Benfica. Um pontapé de Herrera resolveu o 'jogo de xadrez' e estendeu a passadeira para os azuis e brancos conquistarem o título nacional.

Hector Herrera celebra o golo da vitória do FC Porto no Estádio da Luz
Hector Herrera celebra o golo da vitória do FC Porto no Estádio da Luz. créditos: Manuel de Almeida

Os azuis e brancos assumiram a liderança do campeonato com dois pontos de vantagem sobre os encarnados e não mais largaram o 1º lugar até ao fim do campeonato.

A bicicleta que faltava a Ronaldo

Foi no mês de abril que assistimos provavelmente ao melhor golo de sempre de Cristiano Ronaldo. Na partida frente à Juventus, antes da mudança do craque para a 'vecchia signora', Ronaldo marcou o golo de uma carreira num pontapé de bicicleta, que foi uma espécie de murro de estômago para todos os amantes do desporto rei.

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epa06644070 Real Madrid's Cristiano Ronaldo (C) scores the 2-0 goal during the UEFA Champions League quarter final first leg soccer match between Juventus FC vs Real Madrid CF at Allianz stadium in Turin, Italy, 03 April 2018. EPA/ANDREA DI MARCO créditos: SAPO Desporto

A bicicleta marcada em Turim - e que provocou uma ovação por parte dos adeptos da equipa da casa - foi considerado o melhor golo dos quartos de final no site da UEFA.

O Real Madrid venceu por 3-0 e avançou para as meias-finais da Liga dos Campeões, competição que iria vencer, derrotando o Liverpool na final (3-1).

Da invencibilidade à inevitável saída. Wenger colocou um ponto final no seu reinado no Arsenal

Arsène Wenger agradece elogios:
epa06685274 Arsenal manager Arsene Wenger during the English Premier League match between Arsenal FC and West Ham United at the Emirates Stadium in London, Britain, 22 April 2018. EPA/KIERAN GALVIN EDITORIAL USE ONLY. No use with unauthorized audio, video, data, fixture lists, club/league logos or 'live' services. Online in-match use limited to 75 images, no video emulation. No use in betting, games or single club/league/player publications. créditos: SAPO Desporto

Foram 22 anos ao serviço de um clube e poucos treinadores se podem orgulhar disso, para além do legendário Alex Ferguson. Foi em abril que Arsène Wenger anunciou que ia deixar a sua 'casa' em Londres, no final da época, revelando que era o momento para colocar um ponto final no comando técnico dos 'gunners'.

O francês de 69 anos deixou o cargo, um ano antes do seu atual contrato expirar, numa temporada em que o Arsenal acabou por ficar de fora dos quatro primeiros classificados na liga inglesa pela segunda época consecutiva.

"Depois de muita reflexão e de discussões com o clube, eu penso que o final da época é a altura certa para sair. Estou grato por ter usufruído da oportunidade de servir o clube ao longo destes anos memoráveis. Treinei o clube com total empenho e integridade. Quero agradecer ao staff, aos jogadores, aos diretores e aos fãs que tornam este clube tão especial. Peço ainda aos nosso fãs para continuarem atrás da equipa para terminarmos em grande. Para todos os que amam Arsenal, tomem conta dos valores do clube. O meu amor e apoio para sempre", escreveu Wenger numa emotiva carta que foi publicada no site do Arsenal.

Veja as melhoras fotografias do mês de abril

Wenger, de 68 anos, ganhou três títulos da Premier League, sete Taças de Inglaterra, incluindo duas dobradinhas em 1998 e 2002, e sete supertaças. E foi precisamente um destes campeonatos que ficou para a história do futebol. Foi na época 2003/2004 que o francês conseguiu a proeza de liderar uma campanha sem derrotas ao longo das 34 jornadas (26 vitórias e 12 empates).

Depois da conquista da Taça de Inglaterra em 2005, os 'Gunners' tiveram de esperar nove anos para arrecadar um novo título. Aconteceu em 2014 frente ao Hull City na final da Taça de Inglaterra. E foi precisamente esta competição a última que Wenger ganhou ao serviço do Arsenal. Aconteceu na época passada frente ao Chelsea. O técnico nunca ganhou num título europeu ao serviço dos 'gunners'.

 Sporting e Aves dispararam para a final da Taça de Portugal

Foi em abril que Sporting e Aves asseguraram presença na final da Taça de Portugal no Jamor.

Tudo para o Jamor
A festa de Jesus e dos jogadores do Sporting, após baterem o FC Porto nos penáltis e garantirem um lugar na final da Taça de Portugal @JOSÉ SENA GOULÃO/ LUSA créditos: © 2018 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Tal como tinha acontecido na Taça da Liga, os leões acabaram por levar a melhor sobre o FC Porto na segunda mão das meias-finais, na marcação de grandes penalidades. Foi o terceiro desempate por penáltis perdido por Conceição para o Sporting.

Os azuis e brancos acabaram por não conseguir segurar a vantagem de 1-0 que traziam da primeira mão, em que tinham vencido por 1-0 no estádio do Dragão. Em Alvalade, Coates empatou a eliminatória ao minuto 84, e nos pontapé decisivos, os leões levaram a melhor.

Por outro lado, o Desportivo das Aves bateu o Caldas por 2-1, na segunda mão das meias finais e assegurou pela primeira vez a presença na final do Jamor.

Com a eliminatória empatada após o tempo regulamentar, o jogo teve de ser decidido no prolongamento e aí o Aves levou a melhor. Aos 97 minutos, após canto de Nélson na esquerda, Jorge Fillipe desviou de cabeça e a bola chegou a Vítor Gomes que, sozinho perante Luís Paulo, atirou para o empate e consequente vantagem.

Contudo, a equipa minhota ainda marcaria o segundo golo para desfazer as dúvidas. Aos 107 minutos, Vítor Gomes marcou um golaço e fechou as contas.

Guardiola conduz City ao seu 5º título e 3º da década

Sarri, Guardiola e Setién: treinadores que nos encantaram em 2018
Guardiola a dar instruções aos jogadores do City. O técnico alterna entre momentos de muita calma no banco e fases de muita euforia.

Foi em abril que o Manchester City deu uma machadada final no campeonato, sagrando-se campeão após o desaire do Manchester United de José Mourinho.

A cinco jornadas do fim, os citizens assumiram-se como réis da segunda década do século XXI em Inglaterra, com o terceiro título conquistado depois dos galardões obtidos em 2011/12 e 2013/14. O título de campeão, em 2017/2018, foi particularmente saboroso. Os citizens escreveram, ao longo da temporada, verdadeira poesia nos relvados num futebol de posse, apoios e circulação, à boa maneira de Guardiola.

Um ano depois de ter chegado a Manchester, o treinador espanhol logrou o título de campeão. A conquista da Premier League já se adivinhava há muito depois da inacreditável série de 18 vitórias consecutivas: Uma autêntica trituradora, portanto.

Numa equipa pautada por Kevin De Bruyne, mortífera no ataque com David Silva e o jovem alemão Leroy Sané e com talento de sobra de um vasto conjunto de jogadores, entre os quais o português Bernardo Silva, a lógica acabou por imperar. Com o desaire do United frente ao lanterna vermelha West Bromwich, os citizens puderem finalmente festejar o título.

Mesmo depois de ter garantido o título, o City não levantou o pé e deu seguimento à arte de bem jogar. No embate frente ao Swansea, passou a ser a equipa com mais passes (certos e errados) num jogo da Premier League: 1015.

 Iniesta: O anúncio do adeus de um génio a Barcelona

Já há muito que se esperava a comunicação, que acabou por se tornar realidade numa sexta-feira onde
Iniesta, médio do Barcelona, tornou oficial a sua saída.

Em conferência de imprensa e visivelmente emocionado, o jogador de 34 anos acabou por explicar, perante jornalistas e companheiros de equipas, que a sua etapa no clube catalão estava a chegar ao fim.

Iniesta não conteve as lágrimas na hora da despedida.
EPA/Enric Fontcuberta

"Entendo que a minha etapa aqui acaba este ano. Sempre entendi que o clube que me acolheu desde os 12 anos merece o melhor de mim e entendo que no futuro não podia dar o melhor de mim, a nível físico e mental", referiu o jogador.

Iniesta esteve 22 anos no emblema blaugrana.

O Barcelona sagrou-se campeão espanhol, ao vencer o Deportivo da Corunha por 4-2 no Riazor, com Messi em evidência.

O pequeno jogador do Barcelona marcou aos 40, 82 e 85 minutos. Philippe Coutinho abriu o marcador aos sete minutos, num encontro que esteve empatado a duas bolas. Lucas Perez aos 40 e Emre Colak 2 - 2 aos 64 fizeram os tentos do Deportivo, insuficientes para salvar o Corunha da descida. O clube catalão iria também conquistar a Taça de Rei.

Iniesta entrou para terminar a sua era no Barcelona com a braçadeira de capitão.

Armada portuguesa do Wolverhampton sobe à Premier League

Com o empate do Fulham, a equipa orientada por Nuno Espírito Santo foi de encontro ao sonho e garantiu a subida à Premier League.

Nuno Espírito Santo emocionado com novo recorde do Wolverhampton:
Wolverhampton Wanderers' Portuguese head coach Nuno Espirito Santo (C) congratulates his players on the pitch after the English Premier League football match between Wolverhampton Wanderers and Burnley at the Molineux stadium in Wolverhampton, central England on September 16, 2018. - Wolves won the game 1-0. (Photo by Oli SCARFF / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE. No use with unauthorized audio, video, data, fixture lists, club/league logos or 'live' services. Online in-match use limited to 120 images. An additional 40 images may be used in extra time. No video emulation. Social media in-match use limited to 120 images. An additional 40 images may be used in extra time. No use in betting publications, games or single club/league/player publications. / créditos: SAPO Desporto

Seis anos depois da última vez dos 'lobos' no principal escalão do futebol inglês, os cavaleiros lusos Rúben Neves, Roderick Miranda, Rúben Vinagre, Diogo Jota, Hélder Costa e Ivan Cavaleiro, garantiram a subida ao principal escalão do futebol inglês.

Após uma grande temporada ao serviço do Wolves, Rúben Neves acabou por ser distinguido e eleito para o onze do ano do Championship (segundo escalão), pela associação de jogadores.

Dias mais tarde, o Wolverhampton iria sagrar-se campeão do segundo escalão em Inglaterra, conquistando a prova pela quarta vez na sua história.

No jogo do título, triunfo por 4-0 sobre o Bolton, Diogo Jota fez um dos golos depois de uma assistência de Hélder Costa.

A equipa inglesa chegou aos 98 pontos no campeonato, uma marca verdadeiramente impressionante. No defeso, Rui Patrício e João Moutinho juntar-se-iam à Grande Armada Lusa.