O Tribunal de Guimarães profere na quinta-feira o acórdão dos 11 efetivos do Corpo de Intervenção da PSP acusados de agressão, em 2014, a um adepto do Boavista naquela cidade, cegando-o de um olho, disse hoje fonte judicial.

Nas alegações finais do julgamento, o Ministério Público pediu uma pena superior a três anos e meio de prisão efetiva para todos os arguidos.

O advogado de defesa, João Carlos Silva, pediu a absolvição dos arguidos, por não ter sido possível identificar quem foram os autores da agressão.

Acusados de ofensa à integridade física grave qualificada, os arguidos remeteram-se ao silêncio ao longo de todo o julgamento.

Um dos arguidos é Paulo Rodrigues, presidente da direção da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP).

Os factos remontam a 03 de outubro de 2014, aquando do jogo da 7.ª jornada da I Liga entre o Vitória de Guimarães e o Boavista.

A acusação, deduzida pelo Ministério Público, diz que os 11 arguidos tinham sido destacados, enquanto efetivos do Corpo de Intervenção da PSP do Porto, para, em Guimarães, zelar pelas questões de segurança colocadas pelo jogo.

Acrescenta que, à chegada dos autocarros que transportavam os adeptos do Boavista, um dos arguidos abordou um destes adeptos, instando-o a que se movimentasse para determinado local.

Como este não obedeceu de imediato, “derrubou-o ao solo, colocou-lhe um joelho por cima das costas e fê-lo permanecer deitado no solo de cara para baixo”, refere.

Diz ainda que, de seguida, ele e outros dois arguidos “bateram no referido adepto, nomeadamente com cotoveladas, pontapés, socos e pancadas de cassetete, enquanto os demais arguidos os integraram no interior de um círculo que formaram e assim impediram que lhe fosse prestado socorro”.

No julgamento, o adepto em causa, João Pedro Adrião, disse que, fruto das agressões que sofreu na cara, ficou sem um olho e que, por causa do que aconteceu, não mais conseguiu exercer a sua profissão de advogado.

Disse ainda que tinha casamento marcado para a semana seguinte e que, por causa das consequências das agressões, a cerimónia foi adiada e até hoje ainda não se concretizou.

Não conseguiu, no entanto, identificar os agressores, já que estes usavam viseiras e capacetes.

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