Sérgio Conceição enfrenta no domingo a sua quarta final da Taça de Portugal em futebol como treinador principal, em busca do segundo ‘caneco’ e já com duas decisões perdidas, ambas no desempate por penáltis.

O técnico dos ‘dragões’, de 47 anos, acabou com a ‘malapata’ em 2019/20, em Coimbra, onde bateu o Benfica por 2-1, depois de dois desaires face ao Sporting, o primeiro pelo Sporting de Braga (2014/15) e o segundo já ao serviço do FC Porto (2018/19).

Em 01 de agosto de 2000, num Estádio Municipal de Coimbra ‘despido’ de público, culpa da pandemia da covid-19, as coisas nem começaram bem para o FC Porto, já que, aos 38 minutos, com o resultado a zero, Luis Díaz foi expulso.

Mas, mesmo com 10, os ‘azuis e brancos’ superiorizaram-se de forma clara ao Benfica, vencendo com dois golos de bola parada, concretizados pelo ‘improvável’ Mbemba, de cabeça, na sequência de livres, aos 47 e 59 minutos.

A inferioridade numérica dos ‘dragões’ só se notou no facto de o FC Porto ter sido obrigado a defender mais, mas sempre muito bem, só com um erro, de Diogo Leite, que fez um penálti escusado sobre Rafa, permitindo a Vinícius reduzir, aos 84 minutos.

Foi apenas o segundo triunfo do FC Porto sobre o Benfica em finais da Taça de Portugal, à 10.ª tentativa - para repetir 1957/58 -, num embate em que Sérgio Conceição acabou expulso, por protestos, ainda na primeira parte, aos 43 minutos.

Se foi feliz em Coimbra, a sua terra Natal, Conceição foi sempre infeliz no Jamor, onde, em 2014/15, perdeu de forma inacreditável a final, pelo Sporting de Braga, que teve o jogo completamente na ‘mão’, muito cedo com dois golos de vantagem e contra 10.

Em 31 de maio de 2015, no palco ‘mítico’ do Estádio Nacional, este ano de regresso, os ‘arsenalistas’ ficaram com tudo a seu favor aos 15 minutos, quando o ‘leão’ Cédric foi expulso, após carregar na área o isolado Djavan.

Aos 16 minutos, na marcação da grande penalidade, Éder, que um ano depois viria a marcar o golo mais importante da história do futebol português, na final da Europeu de 2016, com a França, colocou os ‘arsenalistas’ em vantagem, que, logo aos 25, o agora benfiquista Rafa, também ele campeão europeu, ampliou.

Com dois golos de avanço e mais um elemento em campo, o Sporting de Braga parecia ter o título ‘garantido’, mas, o argelino Slimani reduziu, aos 84 minutos, e, já nos descontos, aos 90+3, o colombiano Freddy Montero forçou o prolongamento.

No tempo extra, o Braga não conseguiu fazer prevalecer a vantagem numérica, que acabou aos 115 minutos, com a expulsão de Mauro, e, nos penáltis, André Pinto permitiu a defesa de Rui Patrício e Éder e Salvador Agra falharam o alvo (1-3).

Quatro anos depois, em 25 de maio de 2019, Conceição voltou ao Jamor, agora já como treinador do FC Porto, num jogo que também chegou ao final dos 120 minutos empatado a dois e foi igualmente decidido a favor dos ‘leões’ no desempate por penáltis.

O FC Porto marcou primeiro, aos 40 minutos, pelo brasileiro Soares, mas, aos 45, Danilo desviou para a própria baliza um remate de Bruno Fernandes e restabeleceu a igualdade, que se estendeu até ao final do tempo regulamentar.

No tempo extra, o neerlandês Bas Dost selou a reviravolta na primeira parte, aos 101 minutos, mas, já nos descontos da segunda, aos 120+1, o FC Porto ainda forçou os penáltis, com um tento do central brasileiro Felipe.

Os ‘dragões’ foram por cima para os penáltis e estiveram a vencer por 2-0, mas Pepe atirou à barra, Fernando Andrade ‘acertou’ em Renan Ribeiro e Sérgio Conceição voltou a perder, desta vez por 5-4.

Depois do triunfo face ao Benfica, em 2019/20, em Coimbra, o técnico portista vai tentar ganhar pela primeira vez como técnico no Jamor, onde já triunfou como jogador do FC Porto, em 1997/98, numa final face ao Sporting de Braga (3-1).

Conceição, então com 24 anos, foi titular, sendo substituído aos 85 minutos por Capucho, numa altura em que os portistas venciam por 2-1, com tentos de Aloísio (16) e Jardel (24), contra um de Sílvio (48), e jogavam com 10, face à expulsão de João Manuel Pinto (62). Ainda chegaram ao terceiro, por Artur (89).

Por seu lado, o atual treinador do Tondela, Nuno Campos, vai viver, aos 47 anos, a sua primeira experiência como técnico principal numa final da Taça, mas, como Sérgio Conceição, já a disputou como jogador, também com 24, acabando derrotado.

Em 1998/99, quando representava o Campomaiorense, jogou os 90 minutos na defesa dos alentejanos, que, na estreia no Jamor, perderam por 1-0 com o Beira-Mar, despromovido ao segundo escalão nessa época, culpa de um golo de Ricardo Sousa (70 minutos).

O encontro entre FC Porto e Tondela, correspondente à 82.ª final da Taça de Portugal em futebol, disputa-se no domingo, pelas 17:15, no Estádio Nacional, em Oeiras, com arbitragem de Rui Costa, da Associação de Futebol do Porto.