O treinador português José Mourinho, que completa 59 anos esta quarta-feira, elege os quatro jogos que lhe valeram troféus europeus como os mais emblemáticos dos mais de mil que leva na sua carreira.

"De um modo muito simples e pragmático, os mais marcantes foram aqueles que deram títulos, as finais, as duas finais da ‘Champions’ e as duas finais da UEFA. Se tivesse de escolher, seriam estes", afirmou à Lusa José Mourinho, em setembro de 2021, quando chegou aos 1000 jogos na carreira, diante do Sassuolo.

Técnico principal há mais de duas décadas, mais precisamente desde 2000/01, época em que aceitou o convite do então presidente João Vale e Azevedo para comandar o Benfica, o treinador luso não esquece os jogos que lhe valeram os principais troféus.

Mourinho referia-se às duas vitórias na Liga dos Campeões, a primeira pelo FC Porto (2003/04) e a segunda pelo Inter Milão (2009/10), e aos triunfos na Taça UEFA, também pelos portistas (2002/03), e na Liga Europa, no Manchester United (2016/17).

O primeiro troféu europeu conquistou-o na sua primeira época completa por um clube, o FC Porto, em 2002/03, depois de 11 jogos pelo Benfica em 2000/01 e de, em 2001/02, ter cumprido a primeira metade da temporada na União de Leiria e a segunda nos ‘dragões’.

Em 21 de maio de 2003, curiosamente no seu 100.º jogo como treinador principal, conquistou em Sevilha a Taça UEFA, a primeira da história ‘azul e branca’, com um triunfo por 3-2, após prolongamento, face aos escoceses do Cetic.

Dezassete dias após assegurar a vitória na I Liga, com um 5-0 ao Santa Clara que lhe deu o primeiro troféu, ao 97.º jogo, ‘Mou’ conduziu os ‘dragões’ à vitória na segunda competição da UEFA graças a um ‘bis’ de Derlei, que decidiu o jogo com um golo aos 115 minutos, e um tento de Alenitchev.

Em 2002/03, Mourinho ainda coroaria a sua primeira época completa no FC Porto com a vitória na Taça de Portugal, ao vencer a União de Leiria por 1-0, em 15 de junho, ao jogo 103.

Na época seguinte, chegou, de forma inesperada, o segundo troféu, a Liga dos Campeões, conquistada após uma final em que o FC Porto foi categórico, face ao Mónaco, que bateu em Gelsenkirchen, em 26 de maio, por claros 3-0.

Carlos Alberto, aos 39 minutos, Deco, aos 71, e Alenitchev, aos 75, selaram o triunfo dos portistas, no 158.º jogo da carreira de José Mourinho, que nessa época ainda venceu a Supertaça (1-0 à União de Leiria, ao 104.º jogo) e a I Liga lusa, no hotel.

O terceiro troféu europeu demorou a chegar, já que Mourinho só o conquistou em 2009/10, na segunda época ao serviço do Inter Milão, com um triunfo por 2-0 sobre o Bayern Munique na final da ‘Champions’, em 22 de maio de 2010. Era o seu jogo 451.

O argentino Diego Milito, com golos aos 35 e 70 minutos, foi a ‘estrela’ do encontro, disputado no Estádio Santiago Bernabéu, que seria a casa de José Mourinho nas três épocas seguintes.

A última grande vitória do técnico luso aconteceu sete anos volvidos, quando o técnico luso arrebatou a Liga Europa, pelo Manchester United, que bateu o Ajax por 2-0, em Solna, nos arredores de Estocolmo, capital da Suécia.

O francês Paul Pogba (17 minutos) e o arménio Mkhitaryan (47) selaram o triunfo dos ‘red devils’, num dia 24 de maio de 2017 em que Mourinho cumpriu o 829.º encontro da carreira.

No Chelsea, clube no qual cumpriu duas passagens e um recorde de 321 jogos, e no Real Madrid, em três épocas em que teve do outro lado o ‘super’ FC Barcelona de Guardiola, Mourinho também ganhou troféus, mas as derrotas foram mais marcantes.

“Além dos títulos, também foram marcantes as duas derrotas nas meias-finais da ‘Champions’ por penáltis e uma terceira com um golo em que a bola não entrou”, recordou à Lusa o treinador português, atualmente com 59 anos.

Em 2004/05, na primeira época no Chelsea, numa meia-final que teve pelo meio um 2-0 em Bolton que selou a vitória na Premier Legue, os ‘blues’ falharam a final por culpa de um golo ‘fantasma’ do espanhol Luis Garcia, aos quatro minutos.

Depois de um ‘nulo’ em Stamford Bridge, os ‘reds’ impuseram-se em casa por 1-0, no 214.º jogo da carreira de Mourinho, que não ‘acredita’ que a bola tenha, de facto, entrado.

Ainda ao serviço dos londrinos, o treinador português voltou, dois anos depois, às meias-finais da Liga dos Campeões e caiu uma vez mais perante o Liverpool, que se impôs nos penáltis (4-1), em Stamford Bridge, no jogo 331 de Mourinho.

Os ‘blues’ impuseram-se em casa por 1-0, mas perderam por 1-0 em Anfield Road, num jogo em que o prolongamento não trouxe novidades, adiando tudo para a ‘lotaria’, na qual o espanhol Pepe Reina foi o ‘herói’ dos locais.

Ao 564.º jogo da carreira, Mourinho seria de novo vítima dos penáltis, em 2011/12, na segunda época ao serviço do Real Madrid, numa meia-final com os alemães do Bayern Munique, que teve o desfecho no Santiago Bernabéu.

Os ‘merengues’ responderam com um 2-1 em casa, com um ‘bis’ de Cristiano Ronaldo, ao desaire por 2-1 sofrido na Alemanha, mas, após um prolongamento ‘inconclusivo’, ‘tombaram’ nos penáltis (1-3), num desempate em que o futebolista luso também falhou.

Mourinho ainda perdeu mais três meias-finais da ‘Champions’, duas pelo Real Madrid, em 2010/11 com o FC Barcelona de Messi, que ‘bisou’ no Bernabéu no jogo 504 do técnico luso, e em 2012/13 com o Borussia Dortmund, e uma pelo Chelsea, em 2013/14, face ao Atlético de Madrid, vencedor em Stamford Bridge por 3-1.