A defesa portuguesa Mariana Azevedo confessou hoje que teve de abdicar de muitas coisas na vida para atingir o sonho da seleção feminina de futebol e admitiu que representar o Sporting acabou por abrir-lhe as portas.

Titular na equipa dos ‘leões', sob o comando de Nuno Cristóvão, a central, de 22 anos, que representou o Valadares Gaia antes de se transferir para as bicampeãs lusas, falou das dificuldades de se impor no clube, mas vê agora o "sonho concretizado" ao ser chamada pela primeira vez pelo selecionador Francisco Neto.

"Não estava nada à espera. É uma coisa que ambicionei desde pequenina. Batalhei, tentei crescer por mim e sempre acreditei. Isso é o mais importante. Para alcançarmos o que mais queremos temos que deixar muita coisa para trás e seguir o sonho", disse, em declarações à agência Lusa.

Ainda assim, nem tudo foi fácil para a jovem central, porém a transferência para o Sporting foi crucial para a primeira convocatória.

"Quando aceitei a proposta para o Sporting, foi uma das vantagens que vi, ao trabalhar com atletas de alto calibre, que estão na seleção há mais tempo e com muitas internacionalizações. Sabia que ia crescer, que ia ser bom para mim, apesar da distância, porque sou do Norte", contou.

Com mais nove colegas ‘leoas' concentradas no estágio de preparação para o duplo compromisso face a Itália e Roménia, a contar para o apuramento para o Mundial de 2019, Mariana Azevedo só vê vantagens e elogia o trabalho do clube, sem esquecer de referir que também teve que se superar para estar no ‘onze’.

“Se o Sporting tem muitas atletas cá, é muito devido ao trabalho de cada uma delas, pelo que têm feito. É sempre mais fácil com as mesmas rotinas. A Carole Costa joga ao meu lado, já a conheço e torna-se mais fácil. No Sporting, também foi difícil, a adaptação, o modelo de jogo era diferente e foi difícil".

Com as contas bastante complicadas para Portugal conseguir o apuramento e marcar presença no Campeonato do Mundo, em França, a atleta sublinha que "vai dar o máximo, acima dos 100%" e esperar que as coisas "corram bem".

Por fim, deixou claro que quer aproveitar da melhor forma a experiência na equipa das ‘quinas', mesmo estando um pouco nervosa com a estreia.

“Claro que estar aqui dá uma motivação extra. Quero aproveitar, desfrutar ao máximo. Apesar de ser nova, há sempre aquele nervosismo", concluiu.

As 20 convocadas de Francisco Neto enfrentam a Itália em 08 de junho, no Estádio Artemio Franchi, em Florença, pelas 19:45, e a Roménia, quatro dias depois, no Estádio Municipal de Botosani, em Suceava, pelas 18:00.

A seleção portuguesa está no terceiro lugar, com quatro pontos, atrás da líder Itália, que tem 18, e da Bélgica, com 10, no segundo posto.