Rui Costa, presidente do Benfica, mostrou-se satisfeito com o encaixe alcançado pelo clube no empréstimo obrigacionista, realçando o resultado alcançado apesar do período conturbado vivido pelos encarnados.

"Hoje é um dia importante para o Sport Lisboa e Benfica, pese embora a conjuntura recente. O objetivo do novo empréstimo obrigacionista foi alcançado. De resto, era uma das primeira metas que tínhamos definido no último plenário dos órgãos sociais", disse, em declarações publicadas pela Euronext Lisbon.

O líder das águias realça "a confiança dos obrigacionistas num projeto sólido e sustentado, na forma como sempre cumprimos os nossos compromissos ao longo destes anos", apesar de admitir que não foi a melhor operação do género do clube.

"Não foi o maior valor alcançado das 11 emissões obrigacionistas que já fizemos, é um facto, mas esta emissão, face às circunstâncias, deve encher de orgulho de forma muito especial todos aqueles que trabalharam para o resultado alcançado", acrescentou.

Por seu turno, Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisboa, a gestora da bolsa portuguesa, realçou que, apesar do contexto económico difícil, “o mercado de capitais continua a fornecer soluções de financiamento de capitais permanentes às empresas”, e deu os parabéns à SAD benfiquista pelo sucesso da operação.

A oferta pública de subscrição de obrigações da Benfica SAD (2021-2024) arrancou no dia 05 de julho, dois dias antes da detenção do agora ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, e a colocação dos títulos decorreu até 23 de julho, tendo sido feita em 16 de julho uma adenda ao prospeto que tinha sido aprovado em 01 de julho para dar conta dos acontecimentos que envolvem aquele que, até há pouco tempo, era o líder das 'águias'.

Em 19 de julho, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) revelou que está a investigar infrações na divulgação de informação ao mercado e de abuso de informação ligadas à Benfica SAD, no âmbito da detenção de Luís Filipe Vieira.

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do clube e Novo Banco.

O agora ex-presidente do Benfica está em prisão domiciliária até à prestação de uma caução de três milhões de euros e proibido de sair do país, além de estar indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.

Segundo o Ministério Público, o empresário provocou prejuízos ao Novo Banco de, pelo menos, 45,6 milhões de euros, compensados pelo Fundo de Resolução.

No mesmo processo, denominado ‘Cartão Vermelho’, foram detidos, para primeiro interrogatório judicial, o seu filho Tiago Vieira, o agente de futebol e advogado Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, todos indiciados por burla, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal.

*Artigo atualizado às 19h25