O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol aplicou uma suspensão de 15 dias a Rúben Amorim, treinador do Sporting, na sequência da sua expulsão na última jornada, no empate 2-2 entre os 'leões' e o Famalicão. Além da suspensão, o técnico terá de pagar uma multa de 6.375 euros.

De acordo com o mapa de castigos emitido pelo CD) da FPF, o técnico ‘leonino’ foi punido por "lesão da honra e da reputação" do árbitro Luís Godinho,

Depois de um golo a anulado a Coates já nos descontos, por indicação do videoárbitro (VAR), Artur Soares Dias, e que daria a vitória ao líder da Primeira Liga, o técnico dirigiu-se ao árbitro Luís Godinho, contestando a decisão do juiz.

"Utilizou gestos e/ou linguagem ofensiva, insultuosa ou abusiva. Contestou a minha decisão, gritando 'Vão para o c…, roubalheira do c…, isto é uma vergonha, estão a roubar-nos dois pontos'", refere o relatório de Luís Godinho, que motivou o castigo aplicado pelo CD a Rúben Amorim.

Pedro Gonçalves, que também foi expulso nesse jogo, foi suspenso por um jogo.

O CD da FPF abriu ainda um processo de inquérito a este jogo, relativo à nona jornada da I Liga.

Em declarações aos jornalistas, depois da partida em Famalicão, o presidente do Sporting, Frederico Varandas, criticou a arbitragem, afirmando que o golo anulado a Coates, nos descontos, “jamais aconteceria” com Benfica ou FC Porto.

"O VAR [videoárbitro] teve influência num momento capital. Este lance final do golo ao Coates, com um dos rivais, Benfica ou FC Porto, nunca seria anulado. Nunca seria. O golo é limpo. No futebol existem erros. O que me preocupa é a natureza e a forma como é visto o VAR, curiosamente nos jogos em que perdemos pontos. Depois vai-se ao VAR tentar encontrar alguma coisa que justifique poder anular o golo. Se for preciso, põe-se uma câmara microscópica, com uma ampliação de 64 vezes, para ver que há um toque no braço e há razão para anular... Este golo jamais seria anulado aos nossos rivais", disse no sábado, após o jogo.

Sem se deter, Frederico Varandas intensificou as críticas: “Já falei com o presidente do Conselho de Arbitragem, que partilha da opinião de que [o VAR] é para lances gritantes, clamorosos. O árbitro valida o golo, o golo é limpo, e depois chega o VAR e 'como é que vamos anular este golo?', e conseguem de forma microscópica. A diferença, sabem qual é? São quatro pontos de avanço, começam a tremer. Quanto mais fazem isto mais força dão ao grupo, isso vos garanto", finalizou.

Com a suspensão de 15 dias, Rúben Amorim vai falhar o jogo da próxima sexta-feira, frente ao Paços de Ferreira, para a Taça de Portugal. O técnico também não estará no banco nos quartos de final da Taça da Liga frente ao Mafra e ainda frente ao Farense, para a I Liga. Rúben Amorim regressará a 27 de dezembro.

O Sporting, recorda-se, foi muito crítico para com a arbitragem de Luís Godinho e já enviou uma exposição ao Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), contestando o trabalho do juiz nos jogos da 4ª e 9ª jornadas da Liga, ou seja, na receção ao FC Porto (2-2) e na deslocação ao terreno do Famalicão (2-2).

Em comunicado, o Sporting fala em "desrespeito pelas Leis de Jogo, protocolo do VAR e aplicação reiterada e sistemática da dualidade de critérios entre equipas" das equipas de arbitragem chefiadas por Luís Godinho, juiz da Associação de Futebol de Évora. O emblema leonino pede ainda ao CA da FPF que tire as "devidas ilações da repetição de erros e lances mal avaliados pelo árbitro em causa, em claro prejuízo da equipa do Sporting"

Leia o comunicado do Sporting:

"A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD (Sporting SAD) informa que enviou hoje uma exposição ao Exmo. Sr. Presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Portugal em referência ao trabalho das equipas de arbitragem chefiadas pelo árbitro Luís Godinho nos jogos referentes às 4.ª e 9.ª jornadas da Liga NOS. Em causa, o desrespeito pelas Leis de Jogo, protocolo do VAR e aplicação reiterada e sistemática da dualidade de critérios entre equipas.

Entende também a Sporting SAD que a reacção imediata do próprio Conselho de Arbitragem (CA) após o apito final do FC Famalicão vs. Sporting CP, veiculada via imprensa, em nada são abonatórias para o próprio CA, pronunciando-se exclusivamente sobre um lance de jogo e com a agravante de condicionar e vincular, desde logo, as classificações da equipa de arbitragem em questão.

A Sporting SAD considera que a errada utilização do instrumento do VAR, sem respeito pelo protocolo existente que reserva a intervenção para lances de "claro e óbvio erro", não sucedeu com igualdade de critérios nos jogos a que faz referência.

Acresce que persiste a opacidade do próprio sistema do VAR porque se mantêm não públicas as comunicações entre o VAR e o árbitro, situação que a ser revertida poderia contribuir para a maior transparência dos processos.

Com isto, a Sporting SAD não pretende colocar em causa a carreira do árbitro Luís Godinho ou de qualquer elemento da sua equipa, mas sim que o CA retire as devidas ilações da repetição de erros e lances mal avaliados pelo árbitro em causa, em claro prejuízo da equipa do Sporting CP.

A Sporting SAD é uma acérrima defensora da transparência e da verdade desportiva no futebol e acredita que as arbitragens em causa em nada dignificaram o futebol nacional, bem como a arbitragem portuguesa.

Não deixaremos de lutar por um futebol português mais transparente, com critérios iguais para todos."

*Artigo atualizado