O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) exigiu hoje “respeito e equidade” ao Governo no tratamento da modalidade, fazendo um balanço positivo das competições profissionais, após grande esforço dos envolvidos.

Em declarações à agência Lusa, após a conclusão dos campeonatos profissionais de futebol (falta apenas disputar o ‘play-off’ de acesso à I Liga, entre Arouca e Rio Ave), Pedro Proença enalteceu o empenho dos clubes, que vão ser chamados a pronunciarem-se sobre a “discriminação” feita à modalidade.

“Diria que o balanço é positivo, face aquilo que foram as grandes dificuldades que o futebol profissional teve nesta época. Foi a capacidade que tivemos para nos adaptarmos a uma realidade pandémica. A capacidade que os clubes tiveram, com a falta de receitas, para cumprir com toda uma época desportiva. Foram mais de 70 mil teste PCR feitos, para que o futebol terminasse a sua época”, explicou Pedro Proença.

O dirigente destacou o empenho dos envolvidos nas competições profissionais, para a conclusão das mesmas.

“Foi feito um grande esforço, mas a verdade é que cumprimos. O futebol profissional conseguiu chegar ao final da sua época, atribuindo os títulos, aqueles que vão às competições europeias e aqueles que vão descer. Mas, obviamente, foi uma época de grande esforço económico e financeiro, feita com grande sentido de responsabilidade e no cumprimento das normas da Direção-Geral da Saúde (DGS)”, recordou.

No entanto, o presidente da LPFP condenou a “falta de equidade em relação a outras atividades”, nomeadamente, quanto ao regresso dos espetadores aos estádios, após a declaração de pandemia, devido à covid-19, em março de 2020, apesar de vários testes-piloto efetuados.

“O futebol existe para os adeptos, é para isso que nós promovemos a nossa atividade, e foi absolutamente inaceitável a forma como o futebol foi tratado, na falta de equidade em relação a outras atividades. O futebol tinha todas as condições para ter tido público mais cedo. Os números da pandemia, da forma como evoluíam, permitiam e ninguém compreende que não tivesse acontecido. E aqui, as entidades de saúde pública não trataram o futebol com o respeito que merece”, frisou.

Antevendo a temporada de 2021/22, Pedro Proença exigiu “respeito” e o regresso do público aos recintos desportivos.

“Esta é uma exigência que fazemos, para que a próxima época possa começar de forma diferente. Não permitiremos, em momento nenhum, que o futebol continue a ser tratado desta forma. Exigimos o respeito, o respeito aos clubes do futebol profissional”, afirmou.

Nesse sentido, recordou o impacto económico das competições profissionais, para denunciar a diferença no tratamento, por parte da tutela.

“A LPFP e os clubes têm feito um trabalho de colocação e posicionamento do que vale o futebol profissional na nossa indústria e na nossa economia. Hoje, o futebol profissional representa cerca de 0,3% do PIB, são mais de 800 milhões de receita desta indústria. Aquilo que exigimos hoje, e não o fizemos antes porque queríamos que as nossas competições terminassem com toda a tranquilidade, é que o futebol seja tratado exatamente como as outras indústrias, que tiveram apoios, económico-financeiros e de enquadramento”, sublinhou.

Em causa está, segundo Proença, a falta de resposta a algumas reivindicações, como a criação de uma linha de financiamento para o setor ou os pedidos de revisão do enquadramento fiscal ou da lei das apostas desportivas.

“É impensável que o futebol faça uma carta datada de março deste ano e, passado mais de dois meses, não tenha uma resposta. O futebol não se vai permitir a este tipo de comportamento, a tutela tem de perceber que tem de ser dada uma resposta efetiva às dificuldades de uma indústria”, realçou.

Para reforçar estas reivindicações, o presidente da LPFP vai convocar os clubes, “daqui a muito pouco tempo”, para “tomarem uma posição clara e objetiva em função do que tem sido a discriminação em relação a esta indústria”.

“Os clubes irão ser convocados para fazer esta demonstração, se é que o fizeram ao terminarem a época da forma como terminaram, cumprindo de forma escrupulosa tudo o que foram orientações da DGS. Agora é tempo e altura de o Governo olhar esta indústria como tem de ser tratada”, concluiu.

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