O avançado Paulinho considerou hoje que a dimensão do Sporting é mais importante do que a eventual saída de algum dos elementos que compõem o atual plantel dos campeões nacionais de futebol.

Em declarações aos jornalistas antes do treino que decorre na academia de Alcochete, o atacante, de 28 anos, afirmou também que os ‘leões’ conquistaram o título nacional numa temporada em que não houve contratações de peso.

“O Sporting é uma instituição demasiado grande e não depende de nenhum jogador. Talvez no ano em que não teve as contratações mais sonantes foi campeão. É importante termos todos, eu gostava que ficassem todos, mas isso não depende de mim”, disse.

Mesmo sendo o campeão em exercício, Paulinho, tal como o Sporting fez praticamente durante toda a época passada, não assume a candidatura do clube ao título.

“[Sporting) não é candidato. Vai ser como no ano passado, jogo a jogo. O importante é prepararmo-nos agora para a Supertaça e voltar o pôr os índices físicos e confiança lá em cima. Criar rotinas e dinâmicas e preparar a Supertaça”, vincou, em alusão ao troféu que vai discutir com o Sporting de Braga.

O facto de o opositor na final da competição ser o seu anterior clube não deixa o avançado indiferente, admitiu.

“O Braga vai ser sempre um clube especial para mim. Tenho um enorme respeito pelo Braga, tenho lá pessoas que ficaram amigas para a vida. Foi o clube que me deu a oportunidade de representar o meu país. Acima de tudo, deu-me a oportunidade de me valorizar para vir para o Sporting. Para nós é uma final, é um jogo para ganhar”, afirmou.

O facto de o conjunto sportinguista entrar na nova temporada com o escudo de campeão na camisola não traz um peso suplementar, nem muda a forma como a equipa encara a luta pelo título.

“O maior peso que temos na camisola não é o escudo, mas o símbolo que já tínhamos no ano passado. A nossa maior responsabilidade é representar o Sporting”, sublinhou.

Paulinho admitiu que em 2021/22, época que o Sporting, treinado por Rúben Amorim, já prepara em Alcochete, os principais rivais vão olhar para a equipa ‘leonina’ como alvo a abater.

“É o campeão em título, por isso acredito que sim. Se não o fosse, por ser um clube grande, seria sempre um alvo a abater. Acredito que já tinham respeito por nós, mas este ano se calhar vai ser diferente, o que é natural porque todas as equipas querem ganhar ao campeão”, referiu.

O regresso do Sporting à Liga dos Campeões e a possibilidade de vários atletas se estrearem na competição é encarada com expectativa, apesar de o foco estar agora na Supertaça.

“É uma prova em que nós e os adeptos queremos muito estar, mas não pensamos nisso. Antes de jogar a Liga dos Campeões temos um título, a Supertaça e é nisso que pensamos e trabalhamos. Nem temos falado na Liga dos Campeões, que é a maior competição de clubes do mundo e qualquer jogador que jogue na prova tem de estar orgulhoso por estar lá”, observou.

Em termos individuais, o atacante recusou-se a estabelecer uma fasquia no número de golos, uma vez que considera poder ter efeitos negativos.

“Não existe nenhuma meta. Do meu ponto de vista, criar metas não é nada positivo. Por vezes estabelece-se um limite e podemos conseguir ultrapassá-lo ou não. O importante vai ser ajudar o Sporting. É lógico que quero melhorar e ser melhor todos os dias. É nisso que vou trabalhar”, afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de regressar à seleção nacional, o internacional por Portugal frisa que para que tal suceda terá de ter um bom desempenho no Sporting.

“Ir à seleção é uma consequência do nosso trabalho no clube. Tenho que me focar no clube e fazer o meu trabalho aqui e depois é o selecionador que vai decidir”, sustentou.

No treino em Alcochete, com 15 minutos abertos à comunicação social, estiveram às ordens de Rúben Amorim 19 jogadores de campo e quatro guarda-redes.