O treinador João Pedro Sousa, que rescindiu hoje com o Boavista, da I Liga de futebol, e já foi substituído por Petit, reconheceu nas redes sociais ter recebido “nas últimas horas” uma “proposta irrecusável de um clube estrangeiro”.

“Foi uma situação inesperada, que aconteceu muito rapidamente. Na realidade, vi-me confrontado com uma grande oportunidade para a minha carreira. Depois de grande ponderação, conversei com o presidente [do Boavista] Vítor Murta, que percebeu os meus argumentos e permitiu que fosse possível chegar a um entendimento”, partilhou.

De acordo com a imprensa nacional, o ex-treinador está prestes a rumar ao Al-Raed, sexto colocado da Liga saudita, no qual compete o internacional luso Éder, ‘herói’ da final do Euro2016, depois de já ter recusado dois convites de clubes do Médio Oriente.

“Espero que compreendam esta minha decisão, principalmente os sócios e adeptos do Boavista FC, a quem peço que nunca deixem de apoiar esta equipa e estes jogadores, que merecem a maior sorte do mundo. Estou certo de que, todos juntos, vão conseguir atingir os objetivos do clube. Obrigado, Boavista!”, prosseguiu João Pedro Sousa.

O técnico, de 50 anos, rendeu Jesualdo Ferreira em 28 de junho, logo após o final da época passada, e somou dois triunfos, cinco empates e cinco derrotas no campeonato, deixando o Boavista na 11.ª posição, com 11 pontos, dois acima do lugar de ‘play-off’ e três sobre a zona de descida direta, estando há nove rondas consecutivas sem vencer.

“Agradeço ao presidente Vítor Murta pela compreensão durante todo o processo, mas também pela oportunidade de poder representar o Boavista, um dos maiores clubes em Portugal. Ao longo destes meses, senti sempre um grande apoio por parte de toda a estrutura do clube, em especial do presidente, que tem feito um grande trabalho em prol do Boavista e que me proporcionou todas as condições para ter sucesso”, observou.

Os portuenses foram ainda eliminados da Taça de Portugal, ao serem goleados na visita ao Rio Ave, da II Liga (4-0), mas continuam a um empate na receção ao Sporting de Braga, na terceira e última ronda do Grupo C, de aceder à ‘final four’ da Taça da Liga.

“Quero ainda deixar um agradecimento especial e sentido a todos os jogadores pelo profissionalismo, entrega e dedicação que tiveram ao longo destes meses, acreditando sempre de uma forma incondicional na nossa proposta de treino e de jogo”, concluiu.

Antes de comandar os minhotos, João Pedro Sousa evoluiu como técnico adjunto de Marco Silva no Estoril (2012-2014) e no Sporting (2014/15), nos gregos do Olympiacos (2015/16) e nos ingleses do Hull City (2016/17), Watford (2017/18) e Everton (2018/19).

O treinador, natural de Luanda, também exerceu funções idênticas nos famalicenses (2009/10) e na formação do Sporting de Braga (2010-12), depois de ter atuado como avançado pelos ‘arsenalistas’, Desportivo de Chaves e Rio Ave, entre outros clubes.

Pouco depois de anunciar a rescisão de João Pedro Sousa, o Boavista confirmou o regresso de Petit, que saiu em outubro do Belenenses SAD, ao clube no qual se formou como jogador, foi campeão nacional (2000/01) e debutou como treinador (2012-2015).

O ex-médio internacional português vai ser apresentado na quarta-feira, em conferência de imprensa no Estádio do Bessa, no Porto, onde os ‘axadrezados’ recebem o Marítimo, 14.º colocado, com 10 pontos, no sábado, às 18:00, em jogo da 13.ª jornada da I Liga.

O Boavista efetivou mudanças no comando técnico pela sétima época consecutiva, entre nove treinadores utilizados, tendo Petit sido precisamente o último a completar um campeonato inteiro, em 2014/15, quando o clube voltou pela via administrativa à I Liga.