“Até ontem [quarta-feira], não sabia o que se passava nem se iria assinar pelo Benfica ou por outro clube. Sei que é um bom técnico e o Benfica é um grande clube, pelo que será ótimo e uma boa coisa para o Benfica”, frisou o avançado, em entrevista à agência Lusa.

Os ‘encarnados’, da I Liga portuguesa, oficializaram na quarta-feira a aquisição por duas épocas de Roger Schmidt, de 55 anos, que estava em fim de contrato com os ‘boeren’ e sucede no cargo a Nélson Veríssimo, substituto de Jorge Jesus em dezembro de 2021.

“Sinceramente, ninguém estava à espera quando ele se despediu e disse que ia embora. Todos ficaram surpreendidos, até por aquilo que fez pelo clube e pelos jogadores, mas o futebol é mesmo assim e temos de saber lidar com essas coisas. Sendo algo muito triste, conversámos dia após dia, superámos isso e focámos no nosso objetivo, que era acabar bem a época. Foi o que aconteceu. Agora, há que lhe desejar a maior sorte”, observou.

Bruma admite ter protagonizado uma “época muito interessante e boa” em 2021/22, com 10 golos e quatro assistências em 46 jogos, refletindo a vontade de “fazer as coisas de forma muito diferente” em relação à primeira das três épocas vividas nos Países Baixos.

“Roger Schmidt tem uma ideia fixa sobre a forma como gosta que a sua equipa jogue. É muito intenso, mas é um treinador muito bom. Só tenho de lhe agradecer por tudo o que me ajudou nesta época”, exaltou o extremo, que, em 2020/21, pouco depois da chegada do técnico germânico, acabou emprestado aos gregos do Olympiacos, de Pedro Martins.

Considerado o melhor jogador do mês da Eredivisie em agosto de 2021, o extremo luso-guineense, de 27 anos, venceu a Supertaça e a Taça dos Países Baixos diante do Ajax, que até se sagrou bicampeão neerlandês com 83 pontos, dois face ao PSV Eindhoven.

“A Supertaça foi jogada na casa do Ajax e não é fácil ganhar lá [vitória por 4-0]. Depois, estivemos focados no campeonato. Estávamos muito bem, até que, na receção ao Ajax [derrota por 1-2, à 20.ª jornada], os árbitros decidiram mal e deram um golo ao rival, que acabou por decidir o título. Em relação à Taça dos Países Baixos [triunfo por 2-1], acho que foi bem ganha. Pelo futebol praticado, merecíamos ter conquistado tudo”, analisou.

A nível continental, os ‘boeren’ perderam com o Benfica (1-2 na Luz e 0-0 em Eindhoven) no ‘play-off’ de acesso à Liga dos Campeões e acabaram relegados para a Liga Europa, com o terceiro lugar no Grupo B a ditar nova queda, desta vez para a Liga Conferência Europa, na qual acabaram eliminados nos quartos de final pelos ingleses do Leicester.

“Aquilo que mais queríamos era estar na ‘Champions’. Fomos eliminados por um grande clube, mas acho que isso nos deixou um bocadinho em baixo. O futebol é mesmo assim. Conseguimos superar e fizemos boas campanhas na Liga Europa e na Liga Conferência Europa, sendo que merecíamos estar na final desta prova pela forma como jogávamos. Contudo, foi uma época muito marcante para clube, atletas, dirigentes e ‘staff’”, notou.

Bruma está vinculado até junho de 2023 e quer estabilizar a carreira nos Países Baixos, onde passará a ser orientado pelo ex-avançado Ruud van Nistelrooy e se deparou com um campeonato “talentoso e muito interessante para jogar bom futebol e evoluir mais”.

“Tenho contrato com o PSV Eindhoven e o meu futuro passa por lá. Gosto de estar neste clube e estou muito satisfeito com o que fiz esta época. Estou de consciência tranquila e veremos o que acontece. Ruud van Nistelrooy? É boa pessoa, mas nunca trabalhei com ele. Dizem que é muito bom treinador e esperemos que corra bem em 2022/23”, apelou.

O dianteiro formado no Sporting alinhou nos turcos do Galatasaray (2013-2017), que o emprestou aos espanhóis da Real Sociedad (2015/16), e nos alemães do Leipzig (2017-2019), antes de fixar residência em Eindhoven, confidenciando que “tinha de estabilizar”.

“Cheguei a um ponto em que tive de parar, pensar e concentrar-me. Decidi ir para uma liga como a neerlandesa e ficar num grande clube como o PSV Eindhoven, de forma a ganhar experiência. Acho que todos os jogadores portugueses pensam um dia regressar ao país e jogar na I Liga. Obviamente, isso também passa pela minha cabeça”, revelou.

Com nove internacionalizações e um golo pela seleção das ‘quinas’, Bruma acredita ter “todas as possibilidades” de regressar às escolhas de Fernando Santos para os primeiros quatro jogos na Liga das Nações A, em junho, com Espanha, Suíça e República Checa.

“É sempre bom para o técnico ter muitas dores de cabeça, pois significa que temos bons jogadores. Queria era jogar no clube e ter mais minutos. Consegui isso e ganhei alguns títulos. Já lá estive e o treinador sabe a pessoa e o jogador que sou. Cabe a ele decidir, mas seria uma felicidade enorme voltar à seleção, que até comecei a representar na Liga das Nações”, finalizou o extremo, ausente dos convocados desde novembro de 2019.

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