O Liverpool recebeu e bateu o Leicester por 3-0 em Anfield, mas apesar da vitória Jurgen Klopp não escondeu o desagrado com a forma como os canais responsáveis pela transmissão televisiva da Premier League estão a lidar com o calendário da competição.

Em declarações à Sky Sports [um dos transmissores da Premier League], Klopp foi questionado sobre o porque de só realizar alterações nos últimos minutos de jogo, uma pergunta que abriu a caixa de pandora.

"Substituímos tarde porque estamos constantemente a pensar que alguém vai sair lesionado. Não podemos substituir cedo, porque se o fazemos e depois outro fica lesionado, acabas o jogo com nove jogadores. Isto é sobre todos os jogadores, é sobre os jogadores de Inglaterra, sobre os jogadores que vão jogar o Europeu do próximo verão - se vocês não começam a falar com a BT [o outro canal com os direitos da Premier League], estamos feitos", começou por dizer.

"Se continuamos a jogar quartas e sábados às 12h30, não sei se vamos acabar a época com 11 jogadores. Os seis primeiros estão todos na mesma, mas eu sei que vocês [broadcasters] não querem saber, e esse é o problema. É muito difícil para os jogadores, isso é o que é difícil - o resto são só decisões feitas atrás de uma secretária num escritório", acrescentou.

O treinador alemão recorreu aos casos de Piqué e Saka para exemplificar a sua preocupação com a saúde dos jogadores, respondendo ainda aqueles que dizem que a solução é rodar a equipa.

"Ontem o Piqué com uma grande lesão. Hoje, o Saka [Arsenal] talvez, não tenho a certeza, parecia lesionado e fez três jogos por Inglaterra na semana passada.  As pessoas dizem-nos para rodar - quem? Temos jogadores ofensivos, o resto são miúdos. É o que é. Está tudo ok, vamos lutar como o que temos, mas se vocês não começarem a falar, vão ver o que acontece", afirmou.

O jornalista que realizava a entrevista após o jogo realçou que o problema não era só dos 'broadcasters', o que levou Klopp a apontar a mira aos contratos e à forma como os canais lidam com eles em tempos de pandemia.

"Se me voltam a falar dos contratos, eu perco a cabeça. Os contratos não estão feitos para uma temporada como COVID-19. Temos de nos adaptar. Tudo mudou, mas os canais com os contratos continuam a dizer: "Temos isto, vamos manter". O quê? Tudo mudou, o mundo mudou!", concluiu.