O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, afirmou hoje que o Qatar “não cumpre com os direitos humanos”, apontando que a escolha do país, para acolher o Mundidal2022, “não foi a melhor”.

“O estado do Qatar não cumpre com os direitos humanos. A escolha que foi feita pela FIFA, que não é de hoje, não foi a melhor e isso já está provado. Os compromissos que o Qatar assumiu, nessa altura, em matéria de direitos humanos, liberdades e garantias não estão a ser cumpridos”, disse João Paulo Correia.

O governante, que hoje marcou presença na cerimónia de abertura do Thinking Footbal, no Porto, promovida pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, partilhou, ainda assim, a opinião do Presidente da República, de manter o foco na prestação da seleção nacional.

Tudo sobre o Mundial2022: jogos, notícias, reportagens, curiosidades, fotos e vídeos

“Embora a luta pela defesa dos direitos humanos tenha de estar sempre presente, não podemos perder o foco na seleção nacional. Como muitos portugueses, também eu sonho com a conquista do título mundial”, disse João Paulo Correia.

Noutro âmbito, o Secretário de Estado revelou que o governo está a preparar uma estratégia nacional para igualdade de género no desporto, cujos detalhes serão apresentados em janeiro do próximo ano.

“Passará por um conjunto de medidas públicas, iniciativas legislativas e recomendações às instituições desportivas. Tão ou mais importante que aumentar o número de praticantes femininas em todas as modalidades, é fundamental que as mulheres acedam aos lugares de poder do desporto e às lideranças das organizações”, disse João Paulo Correia.

O governante considerou que Portugal “ainda tem grande caminho frente para incentivar, com políticas públicas, a igualdade de género no desporto”, mas mostrou a “firme convicção” de colocar o país, até 2030, na média europeia.

Numa cimeira cujo futebol profissional é o tema central, João Paulo Correia considerou que o setor “tem contribuído para afirmação de Portugal”, apontando que a Liga “tem feito um trabalho meritório na valorização da atividade”.

“Temos de olhar para o futebol como um setor da atividade económica em que o Estado se deve comportar não apenas como regulador, mas também parceiro. E um setor que cria muito valor acrescentado, que é refletido no PIB e nas exportações, e que contribuiu para reputação da marca Portugal”, disse o secretário do Estado da Juventude e do Desporto.

O SAPO está a acompanhar o Mundial mas não esquece as vidas perdidas no Qatar. Apoiamos a campanha da Amnistia Internacional e do MEO pelos direitos humanos. Junte-se também a esta causa.