O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou-se hoje “razoavelmente otimista” em relação à conclusão de um acordo com a FIFA para que os direitos sociais sejam considerados na atribuição dos Mundiais de futebol.

Em entrevista à agência noticiosa AFP, Golbert Houngbo, que no domingo se reuniu com o presidente da FIFA, Gianni Infantino, explicou que a OIT propôs “a realização de uma revisão diligente aos países candidatos”, à organização de futuros Campeonatos do Mundo, que tenha em conta o respeito pelos direitos laborais e sociais.

“Todas as conversas que tivemos até agora levam-me a crer que a FIFA está muito determinada em fazer com as questões sociais e as normas laborais sejam fundamentais na atribuição da organização dos próximos Mundiais”, afirmou Houngbo.

Após a divulgação da entrevista do diretor-geral da OIT, o presidente da FIFA anunciou, em comunicado, que “os dois organismos estão em conversações há vários anos, e querem cooperar de forma frutífera”.

“O fortalecimento da relação entre a FIFA e a OIT faz parte do legado do Mundial do Qatar”, referiu Infantino, no comunicado.

Com a edição do Mundial de 2026 atribuída a Estados Unidos, México e Canadá, a FIFA, alvo de muitas críticas com a escolha do Qatar, terá de escolher os organizadores do Mundial de 2030, que marca o centenário da competição

Portugal, Espanha e Ucrânia já formalizaram a candidatura à organização do Mundial de 2030, à qual também já manifestaram intenção de concorrer, de forma conjunta, a Argentina e o Uruguai.

Desde que foi escolhido pela FIFA para organizar o evento, em 2010, o Qatar tem sido alvo de fortes críticas, que se intensificaram à medida que se aproximou o início do evento, em particular sobre os direitos dos trabalhadores migrantes ou pessoas LGBTQ+.