O “topo dos topos” dos cromos foi a colecção dedicada ao Mundial de 1986, no México, mas a deste ano está também a ser “uma loucura”: os “clientes chegam e nem discutem preços. Querem é os cromos, não importa o preço”.

À porta da estação de comboios do Rossio, em Lisboa, Manuel Santos, conhecido como o “Manuel dos Cromos”, vende cromos desde 1974.

Ao seu lado, diversos homens fazem da sua profissão a troca, compra e venda de cromos, um local onde dezenas de coleccionadores passam momentos do seu dia à procura do cromo que falta na colecção.

Segundo Manuel Santos, no passado chegavam a ser “mais de 50 vendedores” no negócio. Com os novos tempos, muitos dedicaram-se a outras actividades, mas ainda há espaço para surpresas neste ramo: “este ano pela primeira vez vi raparigas a vender cromos”.

Para surpresa dos mais desatentos a este mundo, as maiores raridades não dizem respeito – nesta colecção do Mundial 2010 – aos mais prestigiados jogadores do mundo. Muitos procuram os cromos de Cristiano Ronaldo e de Messi, por exemplo, mas mais a título de curiosidade. Alguns dos cromos mais raros, diz o “Manuel dos Cromos”, são o 31, o 391 e o 447, este último dedicado, curiosamente, a Óscar Cardozo, avançado paraguaio do Benfica.

A conversa de Manuel Santos Lusa é interrompida por outro vendedor: “E ainda dizem que o país está em crise. Isto é uma loucura. Já completei cinco cadernetas e vendi-as todas. Ainda não fiz foi a minha. O negócio vem primeiro, percebe?”.

Os coleccionadores que vão ao Rossio procuram essencialmente completar a caderneta da principal editora do meio, a Panini. São perto de 650 cromos os que compõem a colecção dedicada ao Mundial 2010 – e dentro destes diversos há que são (quase) tão difíceis de encontrar como uma agulha num palheiro.
Pais e filhos, grupos de adolescentes, homens vestidos de forma mais informal e outros de fato e gravata, acabados de sair do emprego: o público para este negócio é heterogéneo, e esse é, porventura, um dos “elementos decisivos” para o seu sucesso, acredita o coleccionador André Sampaio, que trouxe para o Rossio a sua colecção de repetidos com o objectivo de poupar “alguns euros”.

“Se conseguir trocar e arranjar os que me faltam assim, melhor. Se não tenho mesmo de os comprar”, afirma. “A colecção não pode é ficar incompleta”, confessa entre risos, rematando posteriormente: “ele há cromos e cromos”.

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