A França bateu a Bélgica por 3-2 e vai defrontar a Espanha na final da Liga das Nações. Os belgas estiveram a vencer por 2-0 ao intervalo mas no segundo tempo os campeões do Mundo puxaram dos galões e venceram por 3-2. Na final, a França medirá forças com a Espanha, que afastou a Itália por 2-1. De recordar que Portugal venceu a primeira edição da prova.

A vingança esteve perto...

Após o fiasco no último Europeu de futebol, a França via nesta 'Final four' da Liga das Nações uma oportunidade para fazer as pazes com os seus adeptos, numa altura em que já esfumou os créditos pela conquista do Mundial2018.

Didier Deschamps manteve-se no cargo mas precisa de convencer os seus críticos. O técnico lançou um tridente de respeito, formado por Griezmann, Mbappé e Benzema para derrotar os Diabos Vermelhos, seleção que ainda procura um troféu para a melhor geração de sempre do futebol belga.

No caso de Mbappé, este foi o seu jogo 50 com a camisola da seleção principal de França, o que faz dele o mais jovem de sempre a chegar às 50 internacionalizações, aos 22 anos e 291 dias. O recorde anterior estava na posse de Benzema (24 anos e 240 dias).

Além do tridente de ouro, Didier Deschamps deu a titularidade a Theo e Lucas Hernández, os primeiros irmãos a jogarem juntos um jogo da seleção francesa desde 1974.

Se para a França o Euro2020 do último verão foi um fiasco, o mesmo de pode dizer da Bélgica, de Roberto Martinez. Com apenas uma derrota nos últimos 17 jogos, os Belgas tentavam a vingança da derrota na meia-final do Mundial2018, quando foram afastados pelos gauleses, na Rússia.

No Estádio da Juventus, em Turim, a Bélgica entrou a todo o gás e ameaçou logo aos três minutos. Lukaku saiu da sua zona e meteu na área, Koundé errou e Kevin de Bruyne disparou para defesa de Hugo Lloris.

Respondeu de seguida a França, com uma jogada fantástica de Mbappé e um tiro de Pavard que Courtois teve de se aplicar para evitar o golo gaulês.

Apesar da vontade em marcar das duas equipas, o golo só chegou aos 36 minutos e para a Bélgica. Trabalho fantástico de Yannick-Ferreira Carrasco dentro da área, a tirar um adversário do caminho e rematar ao poste mais próximo do guarda-redes. Lloris, que já estava a fazer o movimento para o lado contrário, ficou colado ao relvado.

Logo de seguida, o 2-0, agora por Lukaku, num golo típico do possante avançado belga, sempre a valer-se do físico. De Bruyne meteu no jogador do Chelsea, Lukaku simulou e deixou a bola correr, enganando Théo Hernández. Depois finalizou de pé direito, quase sem ângulo, com um remate fortíssimo, aos 40 minutos. A bola passou entre o poste e Lloris. O guardião francês podia fazer melhor.

Recuperação gaulesa com 'mão d0 VAR

A França voltou do intervalo determinado a dar a volta ao texto mas, antes, viu Lukaku assustar logo nos primeiros minutos. Valeu a intervenção de Lloris, aos 50.

Os campeões do Mundo em título tomaram conta do jogo, com Griezmann a ameaçar o primeiro dos gauleses aos 58 minutos. Trabalho fantástico de Mbappé e o avançado do Atlético a desperdiçar.

Benzema é que é sempre mais assertivo e reduziu aos 62, num lance de puro faro de golo. Recebeu de Mbappé, rodou e rematou em esforço, batendo Courtois pela primeira vez.

Galvanizado pelo golo, a seleção de Didier Deschamps partiu para o segundo, que chegou aos 68 minutos, numa grande penalidade de Tielemans sobre Griezmann. Alertado pelo VAR e após ver o lance no monitor, o árbitro alemão Daniel Siebert assinalou penálti. Mbappé não tremeu e empatou a partida..

Aos 73, a Bélgica podia ter feito o 3-2 num lance de contra-ataque mas o remate de De Bruyne foi superiormente travado por Lloris. Aos 87 minutos, Lukaku colocou a bola no fundo das redes mas o golo foi anulado pelo VAR, por fora de jogo. Antes, Courtois, na outra baliza, tinha negado o 3-2 a Griezmann com uma defesa fantástica.

O jogo continuava vivo, com o perigo a rondar as duas balizas. E foi assim que surgiu a reviravolta francesa aos 91 minutos, numa bomba de Théo Hernández, que Courtois não conseguiu travar. À segunda internacionalização, o lateral esquerdo do AC Milan a dar a vitória a França.

A Bélgica continua sem vencer a França. Desde 1981 que os belgas não derrotam os gauleses.

Na final de domingo, a França, detentora do título mundial, vai defrontar a Espanha, que na quarta-feira derrotou a Itália por 2-1, com o vencedor a suceder a Portugal, seleção que conquistou a primeira edição, em 2019.

Esta será a segunda final entre França e Espanha, depois do Euro1984, ganho pelos gauleses por 2-0.  Para a França é a oitava final: venceu os Europeus de 1984 e 2000, os Mundiais de 1998 e 2008, a Taça das Confederações em 2001 e 2003. Perdeu o Mundial2006 para a Itália e o Europeu 2016, para Portugal.