O secretário-geral do sindicato mundial dos jogadores (FIFPro), Jonas Baer-Hoffman, considerou hoje que só se deve voltar a jogar "quando for realmente seguro" e não "em duas ou quatro semanas", pelo risco de o futebol "parar muito mais tempo".

"O pior que pode acontecer é que alguém volte a competir em breve e tenha de parar. Isso representaria um perigo para os jogadores, daria um mau exemplo à sociedade e teria como consequência a paragem do futebol por muito mais tempo. Por isso, é crucial trabalharmos juntos e seguirmos os conselhos dos especialistas, voltando a competir quando for realmente seguro e não em duas ou quatro semanas", disse Jonas Baer-Hoffman num debate através de videoconferência organizado pela Soccerex, empresa de eventos ligada ao futebol.

O dirigente do sindicato dos jogadores revelou que os jogadores de futebol estão preocupados com o risco de infeção e em darem um mau exemplo à sociedade se regressarem prematuramente à atividade, além de que também se sentem "afetados financeiramente pela paragem das competições" devido à pandemia da covid-19.

"Muitos jogadores que representamos auferem 3 mil ou 4 mil euros, para eles perder dois salários é tão importante como para qualquer outro trabalhador", disse Baer-Hoffman, revelando que os casos de ansiedade "duplicaram" entre os jogadores profissionais, como aconteceu com milhões de outras pessoas que estiveram em quarentena.

No entanto, o representante do sindicato considerou ter sido "uma boa decisão" ter-se dado prioridade a que as competições cheguem ao fim, se houver condições para tal, por serem "um pilar financeiro" e por trazerem "coesão social", lembrando que uma parte dos rendimentos das futebolistas "advém dos jogos pelas respetivas seleções nacionais".

Num debate com representantes da associação de clubes (ECA) e das Ligas Europeias, o secretário geral da FIFPro pediu ainda que se fizesse uma reflexão profunda sobre como reconstruir o futebol a longo prazo.

"Será diferente, provavelmente com menor dimensão do ponto de vista económico, mas não necessariamente mais fraco. Espero que seja mais igualitário, mais justo e economicamente mais sustentável. Viu-se agora que o modelo económico em que o futebol assenta não é capaz de responder a crises como a que enfrentamos", disse Jonas Baer-Hoffman.

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