Foi pela mão do selecionador Francisco Neto que a seleção portuguesa de futebol feminino alcançou há quase cinco anos um inédito apuramento para o Europeu, mas desde então muito mudou e para melhor.

“É um Portugal mais maduro, com outra maturidade competitiva, com outra experiência internacional, fruto também do que foi uma aposta muito grande desta equipa, e também da direção”, reconheceu o treinador, que em 2014 tomou conta da seleção.

Francisco Neto, antigo adjunto da então selecionadora Mónica Jorge, atual diretora da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), acompanhou o crescimento da seleção, com mais e melhores jogos que a fazem crescer a cada dia.

“Desde 2017 até agora permitiu-nos fazer jogos particulares internacionais de grande dimensão, e de grande dificuldade, como foi com os Estados Unidos, a Inglaterra, as Algarve Cup, que temos disputado contra as melhores equipas do mundo, e isso faz com que a equipa esteja nos momentos de decisão muito mais tranquila, muito mais madura”, reconheceu em declarações à Agência Lusa.

A comparação com a caminhada para o Europeu de 2017, que Portugal ‘carimbou’ num ‘play-off’ com a Roménia, não faz, para Francisco Neto, muito sentido, pela diferença das equipas do apuramento anterior, em que não estava, por exemplo, a Escócia e sim a Espanha, mas existe a convicção de esta ser uma seleção mais capaz.

“Quando estávamos em 2016 no apuramento, se calhar não estávamos tão maduros e éramos na mesma competitivos, e agora somos competitivos, mas estamos com um bocadinho mais de experiência”, explicou ainda o treinador.

Na sexta-feira, a partir das 16:15 (horas de Lisboa) em Helsínquia, Portugal tem a oportunidade de fugir ao ‘play-off’, num jogo em que decidiria já o apuramento para o Europeu em Inglaterra, em 2022, em caso de vitória diante da Finlândia, seleção com a qual reparte a liderança do grupo E, a duas jornadas do fim.

“Neste momento não pensamos muito nisso, o nosso foco é encarar o jogo para o vencer e depois do jogo é que poderemos pensar no que virá a seguir, se o jogo da Escócia ou então até nos ‘play-offs”, disse ainda Francisco Neto.

A ideia é que não vale a pena traçar cenários, mas ter a plena convicção de que Portugal chega a esta fase plenamente seguro do percurso feito e do que importa ainda fazer.

“O que sentimos é que é algo que é nosso por direito, o poder chegar a estes jogos decisivos e sermos nós a decidir o nosso futuro, ainda com oportunidades pela frente, mas o foco da equipa neste momento e onde estamos realmente concentrados é obter os três pontos e conseguir os nossos objetivos”, acrescentou o selecionador.

Na qualificação do grupo E, Portugal e Finlândia somam 16 pontos cada, seguidas pela Escócia, com nove e já sem hipóteses de qualificação, sendo que as britânicas defrontam a seleção das ‘quinas’ na última jornada, em 23 de fevereiro, em Larnaca, no Chipre.

Nas ‘contas’ para o Europeu apuram-se diretamente as seleções vencedoras dos nove grupos, mais as três segundas melhores, enquanto as restantes seis irão disputar um ‘play-off’ para mais três vagas, em abril.

Confirmadas na fase final já estão Bélgica, Dinamarca, Alemanha, França, Islândia, Países Baixos (campeões em título), Noruega, Suécia e a anfitriã Inglaterra, enquanto nos ‘play-offs’ estão já três seleções: Irlanda do Norte, Rússia e Ucrânia.

As seleções de Portugal, Finlândia, Polónia e Espanha têm ainda possibilidade de se qualificarem no primeiro lugar dos respetivos grupos.